“É crítico que os nutricionistas não se transformem em simples ‘papagaios’ das marcas” 1165

A relação entre as marcas e os profissionais de saúde não é nova, que o digam os médicos ou os farmacêuticos. Contudo, no campo da Nutrição, há ainda muito a fazer para uma comunicação mais direcionada.

No entanto, e como em qualquer dinâmica entre uma empresa e um profissional de saúde, exige-se atenção e boas práticas de ambos os lados. “O Nutricionista tem de acautelar que a sua relação com a marca não cria situações de conflito de interesses”, ou seja, que a “relação comercial/profissional com determinada marca não altere a sua decisão relativamente ao melhor interesse do seu cliente ou do público em geral”, denota Elsa Madureira, presidente da Comissão de Ética da Ordem dos Nutricionistas.

Do lado dos clientes (as marcas), exige-se que sejam “rigorosos na utilização que fazem dos inputs ou conteúdos dos nutricionistas, em particular, não adulterando ou extravasando o contexto em que foram produzidos” os produtos. Do outro lado (o dos profissionais), é essencial ter a noção de que “não podem usar as redes sociais da mesma forma que o cidadão comum”, denota o nutricionista Rodrigo Abreu. “É crítico que os nutricionistas não se transformem em simples ‘papagaios’ das marcas”, diz.

Como diz João Barros, coordenador do Curso de Pós-Graduação em Comunicação e Marketing na Indústria Farmacêutica na Escola Superior de Comunicação Social, este “não é um mercado como outro qualquer, é de saúde que falamos”, pelo que a fasquia deve manter-se elevada.

“Os profissionais e as marcas” é um dos artigos especiais da próxima edição da revista VIVER SAUDÁVEL, afeta aos meses de maio e junho, a ser disponibilizada brevemente. Os nutricionistas Bárbara Oliveira e Marcelo Dias e o médico António Hipólito de Aguiar também foram consultados.

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