Crianças consomem o dobro do açúcar recomendado 1358

10 de janeiro de 2019

 

Aos 10 anos, as crianças britânicas já ingeriram tanto açúcar como o que é apontado como limite máximo para um jovem de 18, segundo investigação da Public Health England. Em Portugal, a situação é semelhante.

 

Os dados da investigação da Public Health England, referida pela “Rádio Renascença”, indicam que a dose recomendada por dia, para uma criança, são 5 cubos de açúcar e o consumo, no Reino Unido, chega a 13. Ou seja, uma média de 8 cubos a mais por dia, 2.800 por ano.

 

Em Portugal, as crianças, nesta faixa etária, consomem 41 grs de açúcar a mais, o que corresponde a 10 cubos de açúcar por dia. «As crianças portuguesas estão numa situação que ainda é pior, comparativamente com as crianças do Reino Unido», refere a bastonária da Ordem dos Nutricionistas, em declarações àquele órgão de comunicação.

 

Alexandra Bento defende, por isso, que o mesmo alerta seja lançado em Portugal. «Estamos a falar nos açúcares livres (que se adiciona aos alimentos) – neste caso em concreto em cerca de “10% do valor energético total”, quando a OMS nos diz de uma forma clara e perentória que o consumo nunca deve ser superior a 5% do consumo valor energético total. As crianças em Portugal estão a consumir o dobro da quantidade recomendada», já que nos adolescentes o consumo ainda é ligeiramente maior.

 

Reportando às conclusões do último Inquérito Nacional Alimentar (2015-2016), as bolachas, bolos e doces, o açúcar de adição, os refrigerantes e ainda alguns produtos lácteos são os alimentos apontados como «principais para este consumo excessivo por parte das crianças».

 

Alexandra Bento reforça que, desde 2015, algumas medidas têm sido implementadas para regular este consumo, destacando a campanha de literacia alimentar ”O Açúcar Escondido nos Alimentos” e a tributação das bebidas açucaradas que, na sua opinião, «permitiu, de facto, a redução de algumas toneladas de açúcar e poderá ter um impacto na redução do seu consumo». Apesar de tudo, a nutricionista acautela que são necessários novos dados para uma conclusão mais objetiva.

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