Projeto inédito de literacia alimentar chega a cinco instituições sociais no país 655

Já arrancou o novo projeto social da Associação Portuguesa de Nutrição (APN) e da Missão Continente, que vai ajudar as famílias em situações de vulnerabilidade socioeconómica a fazerem escolhas alimentares mais saudáveis e equilibradas adaptadas ao seu orçamento familiar. “Esta iniciativa pretende ser um veículo de promoção de literacia alimentar, educando os beneficiários para hábitos mais saudáveis, considerando-se um orçamento reduzido de base”, defende a presidente da APN, Célia Craveiro, em comunicado.

Nesta fase, são cinco as instituições sociais que estão responsáveis por indicar os agregados familiares que vão fazer parte deste projeto. “Queremos que este projeto possa fazer a diferença na vida destas famílias. Estas instituições, que estão no terreno e conhecem de perto as pessoas, as suas motivações e dificuldades, são essenciais para o sucesso deste projeto. Queremos que esta ação tenha um impacto real na vida das famílias mais vulneráveis, oferecendo-lhes dignidade, autonomia e apoio na tomada de decisão”, explica Nádia Reis, diretora de brand responsibility do Continente.

“O cabaz alimentar, que até agora era atribuído pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, será substituído pelo Cartão Social, permitindo que os beneficiários – que, segundo o Governo, podem ascender a 120 mil pessoas – escolham o cabaz que melhor responde às suas necessidades. Este projeto reflete o compromisso da Missão Continente em apoiar as famílias mais vulneráveis, alinhando-se com o objetivo de contribuir para a erradicação da pobreza, conforme os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Acreditamos que, juntos, podemos construir um futuro mais justo e solidário”, continua a responsável, acrescentando ainda que, com esta iniciativa, será possível apoiar os beneficiários no momento de decisão.

O projeto de literacia alimentar vai promover escolhas alimentares mais conscientes, informadas e saudáveis através de quatro sessões de capacitação, desenvolvidas por nutricionistas. Estas formações serão focadas em planeamento e gestão alimentar, seleção de alimentos com visita a uma loja de retalho, preparação de refeições com workshop prático e, por fim, uma sessão sobre consumo consciente.

Ação de Norte a Sul do país

As instituições terão ainda a responsabilidade de selecionar o local das formações, que podem decorrer nas suas próprias instalações ou noutro local definido pelas mesmas, de forma a garantir a familiaridade dos indivíduos com o espaço. Após a fase de candidaturas, foram selecionadas as seguintes organizações: a Cruz Vermelha da Trofa (Norte), a Cáritas de Tomar (Centro), o Centro Social Paroquial Nossa Senhora da Conceição da Costa de Caparica (Área Metropolitana de Lisboa), a ADBES (Alentejo) e a Cáritas Diocesana do Algarve (Algarve).

“Este projeto não se limita a fornecer informações, mas também a criar oportunidades de transformação. Acreditamos que, ao dar às famílias ferramentas práticas para uma alimentação sustentável e acessível, estamos a capacitar as gerações futuras, promovendo uma melhor qualidade de vida”, continua Célia Craveiro.

O agendamento das sessões junto das instituições selecionadas será adaptado às necessidades locais. Para já, a Associação Portuguesa de Nutrição e a Missão Continente, as entidades responsáveis pela implementação do projeto, esperam que esta iniciativa seja o primeiro passo para uma mudança significativa nos hábitos alimentares das famílias envolvidas, contribuindo para uma sociedade mais saudável e informada.

“Estamos confiantes de que esta iniciativa irá capacitar as famílias, permitindo-lhes fazer escolhas alimentares mais conscientes e equilibradas, mesmo com orçamentos mais limitados. O nosso objetivo é oferecer-lhes o conhecimento e as ferramentas necessárias para que possam tomar decisões informadas no seu dia a dia, promovendo uma alimentação mais saudável e sustentável. Queremos que estas famílias sintam o poder de fazer escolhas que realmente fazem a diferença na sua qualidade de vida”, conclui Nádia Reis.