Intervenção nutricional “é das que mais impacto pode ter na comunidade” 1163

A intervenção do nutricionista “é das que mais impacto pode ter na comunidade”, bem como “uma daquelas que mais impacto pode ter no valor financeiro”, considera a médica cardiologista pediátrica Maria João Baptista.

De acordo com a presidente do Conselho de Administração da ULS São João, no II Congresso do Serviço de Nutrição desta instituição, os nutricionistas são “profissionais críticos”, porque “fazem toda a diferença dentro de uma estrutura de saúde”. “E sendo agora uma ULS, é mais do que nunca imprescindível” a sua atuação, disse.

“A vossa intervenção é das que mais impacto pode ter na comunidade, é, até, uma daquelas que mais impacto pode ter no valor financeiro”, acredita. Para si, a “importância de modificar padrões de comportamentos das populações de forma a promover a saúde e a prevenir a doença” é “cada vez mais reconhecida” e valorizada.

Antes da sessão de abertura, na mesa-redonda que deu início aos trabalhos, quando questionada sobre se as ULS constituem uma oportunidade ou uma ameaça, Liliana Sousa, bastonária da Ordem dos Nutricionistas, começou por dizer que “estamos a viver a organização destas entidades em tempo real” e que “não houve uma preparação prévia, robusta, relativamente àquilo que poderia vir a ser a sua implementação”.

Em termos práticos, “quando pensamos na estrutura de uma ULS, há, desde logo, uma fronteira que deixa de existir. E é uma fronteira que se sente quando se trabalha, de facto, em entidades individuais, no hospital ou nos CSP. Habitualmente, a tendência é: quando o doente sai do hospital, deixa de ser um problema daqueles profissionais; e quando o doente está na comunidade, não é também um problema dos profissionais que trabalham no hospital”, ilustrou. A ULS, esclareceu, “permite esta transversalidade”, ou seja, “essa fronteira deixa de existir e o utente continua a ser um problema daquele serviço, esteja em que ambiente estiver”.

Já com larga experiência nesta matéria, Rosária Rodrigues expôs as dificuldades sentidas no início da caminhada. Recordou que “sem aviso prévio” tornou-se diretora do SN da ULS do Nordeste, que, criada em 2011, integra as três unidades hospitalares e os 14 centros de saúde que servem a população do distrito de Bragança. A nutricionista ficou “muito assustada”, até porque “não conhecia muito bem a estrutura dos CSP”. Além disso, “foi uma imposição para toda a gente”. Hoje, admite, o cenário é diferente, transposto num “serviço muito forte”.

“Ventos de mudança” é um dos artigos de cobertura da próxima edição da revista VIVER SAUDÁVEL, afeta aos meses de maio e junho, a ser disponibilizada brevemente. Conheça mais especificidades a ter em conta pelo nutricionista nesta temática na sua revista profissional.

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