“Nutricionista é um profissional incontornável” para a indústria alimentar e deve ser valorizado 286

O diretor-geral da Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA), Pedro Queiroz, acredita que o nutricionista é “um profissional incontornável” que deve ser valorizado pelo setor.

“Tenho-me batido muito por uma maior integração dos nutricionistas na indústria alimentar”, afirmou, esta manhã, à VIVER SAUDÁVEL (VS), Pedro Queiroz. À margem do 9.º Congresso da FIPA, realizado no Centro de Congressos de Lisboa, o responsável admitiu que a presença destes profissionais no setor “ainda está aquém”, mas garante que “hoje o nutricionista é um profissional incontornável” para a indústria agroalimentar.

Segundo o também docente na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), o nutricionista “é um profissional que tem que ser valorizado pela indústria alimentar”, uma vez que “pode efetivamente ter um papel nas mais variadas áreas, nutricional em particular, mas também no marketing, na inovação e desenvolvimento e na visão estratégica da Indústria”.

Em concordância, assegura ser “importante que as escolas de Nutrição percebam isto, abram as portas à indústria e permitam que os estudantes, numa fase formativa, conheçam melhor a Indústria”. Mesmo assim, reconhece que cabe ao setor “valorizar esses profissionais e abrir-lhes cada vez mais portas”.

Crescimento e sustentabilidade 

A FIPA pugna por um maior crescimento do setor, mas tem a ambição de que este crescimento esteja associado à sustentabilidade. É neste sentido que o Congresso junta nesta segunda-feira vários players em Lisboa em torno de apresentações, debates e muito networking. Com “excelentes oradores”, esperam-se “excelentes conteúdos”.

O otimismo contrasta com as políticas seguidas nos últimos anos, descritas como um “mau caminho” pelo diretor-geral. Pedro Queiroz fala numa “regulamentação que tem decidido sobre a penalização da Indústria, com restrições e impostos”, o que se traduz num “caminho do facilitismo”, considera.

Indústria agroalimentar quer pagar menos ao Estado para pagar mais aos trabalhadores

Para o especialista, a Indústria “tem feito progressos muito interessantes ao nível da embalagem, seja na qualidade dos materiais, na redução da quantidade de materiais, e isso requer tempo, investigação”, pelo que “não é do dia para o outro” que tudo muda. Em prol de um uso mais responsável dos recursos do planeta, Pedro Queiroz reitera o caminho para embalagens “mais adequadas, nomeadamente ao nível da sustentabilidade”.

Notícia atualizada às 9h35 de dia 2 de outubro com a correção da instituição de ensino superior em que Pedro Queiroz leciona: a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), e não a Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP).