Estudo sobre carnes vermelhas contestado 1011

Numa altura em que o consumo de carnes vermelhas e processadas está na ordem do dia, surge mais uma investigação sobre o assunto. Desta vez o estudo foi publicado na revista “Annals of Internal Medicine”, por um grupo denominado por NutriRECS, que defende que os benefícios para a saúde em reduzir o consumo de carnes vermelhas e processadas são poucos e não são suficientes para dizer às pessoas para deixarem de consumir este tipo de carne.

Dos 14 autores deste agora publicado, 11 recomendam que se mantenha os hábitos de consumo de carnes vermelhas e três expressaram apenas uma “leve sugestão” para que se reduza o consumo.

Os cientistas deste estudo chegam mesmo a questionar as diretrizes da Organização Mundial da Saúde, assim como as da Sociedade Americana Contra o Cancro e da Associação Americana do Coração, que defendem que as carnes vermelhas e processadas aumentam o risco de doenças cardiovasculares e de alguns tipos de cancro.

“A certeza para demonstrar essas reduções de risco foi baixa e muito baixa”, disse Bradley Johnston, líder do grupo de pesquisadores NutriRECS.

Entretanto este estudo já foi contestado por diversos investigadores. Entre eles cientistas da Universidade de Harvard, que em comunicado defendem que estas conclusões “prejudicam a credibilidade da ciência da nutrição e desgasta a confiança pública na investigação científica”.

Aliás, a mesma nota divulgada ainda avança que as recomendações dadas são muito “irresponsáveis”.

“É desconcertante, dada a clara evidência dos danos associados ao alto consumo de carne vermelha”, defendem.

Já a Sociedade contra o Cancro indica que “eles não estão a dizer que a carne tem menos riscos, o que eles dizem é que o risco é aceitável”.

A contestação de alguns críticos chegou ao ponto de se pedir à Annals of Internal Medicine para não publicar este novo trabalho.

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