SPG lança campanha sobre a utilização inadequada e recorrente a antibióticos 1114

A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG), lançou uma campanha, a alertar para a utilização inadequada e recorrente a antibióticos, que pode ter efeitos muito negativos no nosso organismo a curto e a longo prazo, em particular na microbiota (flora) intestinal.

Esta campanha pretende alertar as pessoas para uma utilização criteriosa dos antibióticos, em casos em que exista infeção bacteriana demonstrada ou, pelo menos, assumida e que necessita de ser combatida”, porque “os antibióticos matam tanto as bactérias nocivas para o organismo, como as que contribuem para a nossa imunidade e bem-estar”.

De acordo com a Ana Célia Caetano, presidente do Núcleo de Neurogastrenterologia e Motilidade Digestiva da SPG, “os antibióticos permitem o tratamento de múltiplas infeções bacterianas e graças a eles são salvas milhões de pessoas anualmente”.

Contudo, recomenda que “nos casos em que é necessária a prescrição de antibióticos para combater uma infeção bacteriana, que estes sejam tomados de preferência acompanhados da toma de probióticos, para minorar o impacto nocivo sobre a nossa microbiota intestinal e, desta forma, proteger a nossa saúde digestiva e a saúde em geral”.

Está demonstrado que “o desequilíbrio da microbiota intestinal induzido pela toma frequente e repetida de antibióticos pode desencadear inúmeras doenças do aparelho digestivo e não só”, como a asma, a obesidade, a Doença de Crohn e a Síndrome do Intestino Irritável, sublinha Ana Célia Caetano, citada em comunicado divulgado.

Este desequilíbrio na comunidade de microrganismos que habitam o nosso intestino pode propiciar também o surgimento da depressão, doenças autoimunes, diabetes e alguns cancros, como o cancro do cólon e reto.

“Os probióticos são microrganismos vivos que conferem benefícios para a saúde de quem os toma. Um desses benefícios é a prevenção e tratamento da disbiose (desequilíbrio) causada por antibióticos e a consequente minimização das complicações associadas a esta”, explica Ana Célia Caetano, acrescentando que “uma microbiota saudável produz vitaminas (vitamina K e ácido fólico), mantém a integridade da nossa parede intestinal, defende-nos contra microrganismos invasores que causam doença, além de fermentar os alimentos que ingerimos com produção de ácidos gordos de cadeia curta, que são fundamentais para as nossas células intestinais”.

Pode consultar mais sobre esta Campanha, aqui.

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