Relatório indica que 86% das crianças angolanas não têm alimentação adequada, habitação ou saúde 708

 

 

20 de dezembro de 2018

Um total de 86% de crianças angolanas dos 0 aos 23 meses estão privadas de uma alimentação adequada e nesta faixa etária cerca de 75% estão igualmente privadas de uma habitação, 71,8% da saúde, 53,8% da água. Os dados contam de um “Relatório sobre a Pobreza Infantil em Angola – Uma Análise Multidimensional”, apresentado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola. 

 

Baseado em dados estatísticos do Inquérito de Indicadores Múltiplos de Saúde 2015-2016 e no sistema MODA (Multiple Overlapping Deprivation Analysis – Análise de Privações Múltiplas Sobrepostas) o estudo usa as dimensões como a nutrição, saúde, proteção social, prevenção da malária, educação, acesso à água e saneamento.

 

No domínio da nutrição inadequada que atinge cerca de 86% de crianças no país, o estudo refere que, «a privação desta dimensão é medida tendo em consideração a privação na alimentação infantil e o consumo de micronutrientes».

 

«Mas, explica-se, sobretudo, por não existirem padrões alimentares apropriados», salienta.

Durante a apresentação do relatório, a técnica do INE, Ana Paula Machado, frisou na sua comunicação que «três em cada quatro crianças, com menos de 18 anos, sofrem entre três a sete privações ao mesmo tempo».

 

O secretário de Estado para o Planeamento de Angola, Manuel da Costa, no seu discurso de abertura, sublinhou que o estudo decorre, inclusivamente, do facto dos jovens representarem cerca de 48% da população total angolana.

 

«Enfatizar que o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2018-2022 contém opções estratégicas, até o final da presente legislatura, agrupadas em seis eixos, sendo o eixo central o desenvolvimento humano e bem-estar que constitui o centro do Plano», disse.

 

De acordo com a agência “Lusa”, o representante da UNICEF em Angola, Abubacar Sultan, recordou na sua intervenção que a pobreza e as privações na infância «prejudicam» o desenvolvimento da criança, defendendo «esforços conjuntos» para melhoria o seu bem-estar físico, social e psicológico.

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