Programa Alimentar Mundial ajudou mais 7% de alunos cabo-verdianos em 2023 862

O Programa Alimentar Mundial (PAM) ajudou a dar refeições a 90.700 alunos de 788 escolas de Cabo Verde, em 2023, mais 7% que no ano anterior, indica-se num relatório consultado pela Lusa.

A Operação de Emergência Limitada (LEO, sigla inglesa) “garantiu a compra e entrega de bens alimentares necessários para manter o programa nacional de alimentação escolar” em funcionamento, cabendo ao PAM “coordenar a compra e envio internacional de aproximadamente 720 toneladas de bens alimentares para uso no ano letivo de 2023-2024”.

A operação arrancou em 2022, devido aos choques na economia e na logística provocados por cinco anos de seca, pela covid-19 e pela guerra na Ucrânia, com consequentes dificuldades de aquisição (Cabo Verde importa quase todos os alimentos) e agravamento de preços.

A ajuda do PAM ao arquipélago prolongou-se até novembro de 2023, com a justificação de que “o programa de alimentação escolar de Cabo Verde representa uma rede de segurança crucial, apoiando famílias vulneráveis em risco de insegurança alimentar”.

O programa “beneficia 20% da população do país ao receber pelo menos uma refeição quente por dia durante o ano letivo”.

As limitações do país na produção de alimentos e a forte dependência de importações, com preços a níveis muito mais elevados, fazem com que “a insegurança alimentar e a subnutrição continuam a ser alguns dos principais desafios do país”, nota o relatório.

A desnutrição crónica afeta 10,2% das crianças até aos cinco anos, acrescenta o PAM.

Por outro lado, apesar de algumas melhorias desde 2005, a anemia manteve-se como “um grave problema de saúde pública”, afetando 43% das crianças com menos de cinco anos.

No mesmo relatório indica-se que as desigualdades de género no acesso à alimentação ainda são uma realidade em Cabo Verde, com a insegurança alimentar a afetar as famílias lideradas por mulheres (39%), mais do que as que são chefiadas por homens (29%).

As mulheres relatam mais dificuldades em acesso a alimentos do que os homens (25% contra 18%).

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