EUA afetam mais de mil milhões de dólares para combater fome no Corno de África 894

A diretora da agência dos EUA para a ajuda ao desenvolvimento (USAID, em Inglês), Samantha Power, prometeu esta segunda-feira, dia 18, mais de mil milhões de dólares para procurar evitar a fome do Corno de África.

Power apelou também a outros países, como a China, para que façam mais na luta contra a crise alimentar agravada pela invasão da Ucrânia. A chefe da USAID mostrou-se alarmada, durante um evento no Center for Strategic and International Studies (CSIS), com o facto de a guerra e as alterações climáticas terem agravado a fome no mundo, depois de a pandemia do novo coronavirus ter “aniquilado” uma década de progresso.

“Hoje, enfrentamos algo ainda mais devastador, porque não apenas dezenas de milhões de pessoas têm fome, como muitas delas arriscam morrer”, acentuou, citada pela Lusa. A situação é particularmente grave na Somália, Etiópia e Quénia, detalhou Power, quando a região do Corno de África vai conhecer este ano a sua quinta seca.

A dirigente norte-americana, que anunciou uma deslocação ao Corno de África este fim de semana, disse que, pelo menos, 1.103 crianças já tinham morrido e que sete milhões de outras crianças estavam gravemente malnutridas. Adiantou que a ajuda dos EUA, de 1,18 mil milhões de dólares (cerca de 1,15 milhões de euros), incluiria alimentação de urgência, bem como um suplemento alimentar para as crianças malnutridas e cuidados veterinários para o gado.

“Agora, precisamos que os outros façam mais, antes que uma fome se generalize, antes que milhões de crianças se encontrem no fio da navalha”, exortou. Os preços dos alimentos cresceram de forma acentuada por causa da invasão russa da Ucrânia, um exportador crucial de trigo. Milhões de toneladas de grãos estão bloqueadas nos portos ucranianos pela marinha de guerra russa e pelas minas colocadas pela Ucrânia.

Power criticou a política “sinistra” da Federação Russa, mas também a China, devido às restrições que aplicou aos fertilizantes e à disponibilidade de cereais. Se a China colocasse os fertilizantes ou os cereais no mercado mundial ou no âmbito do Programa Alimentar Mundial, isso “atenuaria consideravelmente a pressão sobre os preços dos alimentos e fertilizantes e demonstraria com força o seu desejo de ser um líder mundial e um amigo das economias menos desenvolvidas do mundo”, disse.

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