Calêndula e outras plantas silvestres estudadas para atenuar falta de alimentos 518

22 de Janeiro de 2016

Um grupo de investigadores testou ontem, em Oliveira do Hospital, as propriedades de uma planta medicinal, a calêndula, que também pode enriquecer a comida e contribuir para atenuar a escassez de alimentos no mundo.

Em declarações à agência “Lusa”, a coordenadora do projeto de investigação, Beatriz Oliveira, defendeu o incremento da produção de calêndula e de outras «plantas que não são geralmente valorizadas», para que a Humanidade “possa responder à necessidade futura de alimentos”.

Se tal não for feito, os países «não terão comida para todos» dentro de 30 a 40 anos, acrescentou.

«O planeta não produz o suficiente para alimentar todas as pessoas», afirmou a professora da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (UP).

Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, o estudo da calêndula começou há cerca de um ano, envolvendo investigadores de várias instituições portuguesas do ensino superior público e privado, no âmbito do Laboratório Associado de Química Verde (LAQT) e da Rede de Química e Tecnologia (REQUIMTE), criada em 2003, ao abrigo de uma parceria entre a UP e a Universidade Nova de Lisboa.

Após terem realizado há meses um «ensaio sensorial» com a participação de 100 provadores de alimentos com calêndula, uma planta de origem mediterrânica, os investigadores estiveram na quinta-feira num restaurante de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, convidado para integrar os trabalhos.

No «primeiro almoço fora do estudo», mais de 20 pessoas, entre universitários, autarcas e outros comensais, puderam degustar diversas pastas com calêndula, confecionadas por Casimiro Santos, um cozinheiro que já trabalhou em diferentes países.

A demonstração será repetida na Festa do Queijo Serra da Estrela, em Oliveira do Hospital, nos dias 5 e 6 de março.