Um terço das crianças de Coimbra e Lousã não pratica desporto extracurricular 969

 

 

12 de dezembro de 2018

Um estudo da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), publicado no “American Journal of Human Biology”, revela que um terço das crianças de Coimbra e Lousã não pratica desporto extracurricular.

 

Num comunicado enviado, a FCTUC explica que o estudo teve como objetivo «identificar características e comportamentos, quer da criança quer da família, que influenciam a prática de desporto extracurricular em crianças com idades compreendidas entre os seis os dez a viver na zona centro de Portugal, em diferentes contextos e de várias origens socioeconómicas».

 

Desenvolvido por uma equipa do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (CIAS), o estudo, que «envolveu 834 pais e respetivas crianças, 424 meninas e 410 meninos, a estudar em escolas primárias públicas de Coimbra e Lousã», mostrou igualmente que «os valores relativos à prática de desporto extracurricular são semelhantes em ambos os sexos».

 

Daniela Rodrigues, a primeira autora do artigo científico, explica, no mesmo comunicado, que «crianças de famílias com maior estatuto socioeconómico, em que a mãe e o pai praticam atividade física, e com mais acesso a infraestruturas recreativas e desportivas, têm maior probabilidade de praticar desporto e praticá-lo mais vezes por semana».

 

Por outro lado, «crianças com excesso de peso e crianças que passam mais de duas horas por dia a ver televisão têm menor probabilidade de praticar um desporto ou praticam com baixíssima frequência».

 

De acordo ainda com a investigadora do CIAS, estas conclusões chamam a atenção para a necessidade de, a nível autárquico, «se oferecer uma grande variedade de espaços e modalidades desportivas».

 

Criar programas desportivos «gratuitos que, por exemplo, podem ser oferecidos nos espaços das escolas, é uma boa alternativa para incentivar a prática de desporto extracurricular nas crianças economicamente mais desfavorecidas», sublinha a especialista.

Já a nível familiar, Daniela Rodrigues recomenda que, em casa, os pais se preocupem em ser «modelos de vida saudável para os filhos, tentado reduzir o tempo em frente ao ecrã (televisão e computador), como também praticando mais atividade física.

 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as crianças devem praticar, no mínimo, 60 minutos de atividade física por dia, através da combinação de vários comportamentos, como ir a pé para a escola, ter brincadeiras ativas dentro e fora do horário escolar e praticar desporto.

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