SPEO celebra 20 anos do reconhecimento da obesidade como doença em Portugal 1532

A Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade celebra, a 4 de março, a passagem de 20 anos desde que a obesidade foi reconhecida como doença em Portugal. No Dia Mundial da Obesidade, este evento quer agregar os decisores políticos e os principais organismos do Sistema Nacional de Saúde para debaterem a problemática.

Em comunicado, a Sociedade alerta que prevalência desta doença tem aumentado e que 67,6% da população portuguesa adulta vive com obesidade o com pré-obesidade, contribuindo para outras doenças que representam um “enorme fardo económico sobre o nosso sistema de saúde”. A problemática do estigma associado “dificulta o seu diagnóstico e a implementação de estratégias para a sua prevenção e tratamento efetivo”.

Apesar do trabalho em prol da saúde pública, nomeadamente através do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), a Sociedade lembra que “mais de um quarto da população nacional entre os 25 e os 74 anos de idade apresenta-se com obesidade”. Uma doença crónica “extremamente complexa, de carácter recidivante, de etiologia multifatorial e de expressão pandémica”.

Neste sentido, refere que são necessárias políticas de literacia em saúde eficazes, desde o ensino básico, sensibilizar os profissionais de saúde para o diagnóstico da doença e a necessidade de intervenção atempada, a comparticipação de fármacos para terapêutica médica e ainda uma maior acessibilidade a terapêutica cirúrgica daqueles que podem beneficiar desta opção, “sem as limitações inerentes ao elevado tempo de espera no SNS”.

Para José Silva Nunes, presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade, o evento da SPEO “será mais uma oportunidade para chamar a atenção da comunidade para este grave problema de saúde pública, que afeta não só o nosso país, mas que é já um flagelo a nível mundial como comprovam os números da World Obesity Federation que estima que, em 2035, o número de pessoas em todo o mundo que viverão com obesidade registará o valor de 1.9 biliões”.

“É urgente, por isso, falarmos de obesidade sem tabus e sem qualquer tipo de estigma, sensibilizando a sociedade para esta doença multifactorial quando se fala em prevalência, assim como os profissionais de saúde, para que reforcem a necessidade de prevenção e tratamento adequado e devidamente acompanhado”, refere.

Por outro lado, é importante “não esquecer que, e apesar das consequências da obesidade serem já bem conhecidas e definidas, o facto de continuar a existir uma associação, errada, entre obesidade e ‘falta de força de vontade’ da pessoa com obesidade, não apenas entre o público, mas entre os profissionais de saúde”.

O presidente da SPEO assume a responsabilidade de abrir o evento. Jacqueline Bowman (European Association for the Study of Obesity) e Carolina Moreno (SPEO) estão também confirmadas. Ainda por confirmar estão Rita Sá Machado, diretora-geral da saúde, Fernando Araújo, diretor executivo do SNS, e Rui Santos Ivo, presidente do Infarmed. A Novo Nordisk, a Medinfar e a Lilly vão promover simpósios científicos neste evento, já com inscrições abertas.

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