Programa de apoio a carenciados já ajudou 80 mil pessoas 1866

11 de fevereiro de 2019

Implementado há pouco mais de um ano, o Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas (FEAC), que consiste na distribuição mensal de cabazes alimentares, levou comida a cerca de 80 mil pessoas carenciadas, mais 20 mil do objetivo inicial.

Foi efetuado um questionário aos beneficiários deste apoio que substituiu as cantinas sociais e indica que quase 74% dos inquiridos consideram que este programa é melhor do que outros de que usufruíram no passado. O questionário abrangeu mais de 90% das 25 mil pessoas que, até junho de 2018, eram beneficiários. Segundo notícia do jornal “Público”, o objetivo a partir de agora é fazer crescer a variedade dos produtos oferecidos. 

 

Vários dos inquiridos expressaram querer que os cabazes passassem a incluir “açúcar. O diretor-geral do Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), José Luís Albuquerque, considera este pedido difícil de responder «num cabaz desenhado pela DGS, que pretende garantir 50% das necessidades energéticas e nutricionais mensais de um indivíduo». Acrescenta que «ainda bem que a dieta estabelecida foi com uma perspetiva que nenhum programa alimentar tinha tido».

 

Numa segunda fase do programa criado no âmbito do Fundo Europeu de Auxílio às Pessoas Mais Carenciadas (FEAC), pretende-se que o cabaz inclua mais variedade, passando de 18 para 22 produtos. Aos cereais que já constavam na ementa, sobretudo para o pequeno-almoço, serão acrescentadas tostas ou bolachas Maria, que também estavam na lista dos pedidos dos inquiridos. Os vegetais congelados já incluídos (entre os alimentos que as famílias revelam ter mais dificuldade em consumir), vão ser mais variados. Outros aspetos, como a distribuição, poderão também vir a sofrer alguns acertos, decorrentes do inquérito. 

 

O modo como o cabaz chegam às famílias foi uma das questões avaliadas no questionário. Entre janeiro e junho de 2018 (o período avaliado), 83,6% dos inquiridos foram recolher os cabazes às entidades mediadoras e, destes, 41,4% disseram ter sentido «dificuldade» no transporte, muitos referindo o «peso do cabaz». José Luís Albuquerque refere que 95% dos inquiridos recebem os produtos uma vez por mês, não sabendo apurar se por opção das famílias ou por estratégia dos mediadores.

30,9% Das pessoas mencionaram dificuldades em conservar os alimentos recebidos, sobretudo os congelados (95,2%), fator que o diretor-geral do GEP associa ao mesmo facto: «se vou buscar tudo uma vez por mês, é normal que tenha dificuldade em acondicionar tudo. Acreditamos que estas questões estão associadas» diz.

 

Segundo o perfil do beneficiário esboçado pelo GEP, 28% deles são adultos isolados – não necessariamente idosos, referem José Luís Albuquerque e Cláudia Joaquim. Seguem-se os casais com filhos (22%), casais sem filhos (19%) e as famílias monoparentais (15%). 

O inquérito permitiu concluir que esta ajuda permitiu aos beneficiários melhorar a sua qualidade de vida suas vidas, reduzindo os níveis de privação que muitos experimentavam. À questão «Que despesas conseguem colmatar com a poupança que o apoio alimentar permite?», 72,1% disseram conseguir fazer o pagamento atempado das despesas da casa, enquanto mais de metade, 53,2% referem que assim conseguem dar resposta atempada ao pagamento da renda ou da prestação de crédito. 

 

O FEAC foi aprovado em 2013 e destinou a Portugal 70 milhões de euros para o programa dos cabazes alimentares, que só começou a funcionar em novembro de 2017. 135 Entidades coordenadoras rececionam os alimentos que depois são distribuídos por cerca de 600 entidades mediadoras, que entregam os cabazes aos beneficiários. Até hoje, diz à fonte a secretária de Estado da Segurança Social, Cláudia Joaquim, «já foram distribuídas mais de 13.500 toneladas de alimentos».

Cada cabaz mensal é composto de cerca de 24 quilos de géneros alimentares incluindo leite, queijo, arroz, feijão, frango e pescada congelada, entre outros. A intenção é que os bens se conservem durante 15 dias, e no caso de 33,6% dos inquiridos, é foi exatamente esse o tempo registado. Mas há 18,6% de beneficiários que dizem que os produtos que lhes chegam por esta via duram para 30 dias. O diretor-geral do GEP informa que esse feedback «Pode ser porque a pessoa não toma duas refeições com as calorias necessárias, porque não precisa de comer tanto ou porque tem outros bens. Isto é um cabaz médio».

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