Plantações indígenas destacadas por enriquecerem a nutrição em quatro países 1055

Um projeto internacional selecionou 195 plantações indígenas pelas suas capacidades de melhorar a nutrição no Brasil, Quénia, Sri Lanka e Turquia, países com grande biodiversidade que, no entanto, correm o risco de a perder.

A iniciativa “Biodiversidade para Alimentação e Nutrição” recolheu, durante os últimos sete anos, informações sobre o potencial que as espécies nativas ricas em nutrientes e pouco consumidas possuem, informou a especialista Teresa Borelli, do centro de pesquisa da “Bioversity International”. Como comunicado pela agência “Lusa”, uma equipa de especialistas dedicou-se à procura de espécies que foram localmente adaptadas e capazes de resistir a pragas e condições climáticas extremas, além de serem comercializadas a preços razoáveis e fazerem parte da dieta tradicional.

Os quatro países escolhidos têm em comum o facto de serem «lugares muito ricos em biodiversidade, mas que dependem muito de cultivos básicos» e cujas «dietas são homogéneas e sofrem de degradação e perda de diversidade biológica», explicou.

O projeto, financiado pelo Fundo para o Meio Ambiente Mundial, foi coordenado pelo projeto “Bioversidade Internacional”, com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA) e da Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO).

No Brasil, a goiaba, o camu camu, o coyol ou o caju foram algumas das 78 espécies que foram adicionadas ao banco de dados nacional e cujo consumo foi promovido em festivais gastronómicos, feiras, livros de receitas, programas de televisão e escolas.

Teresa Borelli notou que no Quénia foi dada especial enfoque aos vegetais com folhas, como o espinafre de Malabar, a mostarda etíope ou a moringa, ao mesmo tempo que se desenvolveram escolas de negócios para agricultores com interesse nesse tipo de culturas e programas de alimentação escolar que passaram a incluir essa classe de produtos locais.

Na Turquia, realizaram-se concursos e festivais com o intuito de promover o consumo de espécies selvagens comestíveis que integram a cultura tradicional, enquanto que no Sri Lanka uma conhecida cadeia de restaurantes uniu esforços para recorrer a culturas menos conhecidas.

A diretora de nutrição da FAO, Anna Lartey, disse que a iniciativa, que termina este ano, serve de exemplo sobre a importância de investigar os benefícios de «diferentes espécies que não são mais vistos nos pratos» e de procurar maneiras para ligar a sua produção aos mercados.

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