ON defende que é o momento de avaliar a lei que restringe publicidade a menores 1004

A Ordem dos Nutricionistas (ON) defendeu que devido à situação pandémica devia ser avaliado já o impacto da lei que restringe a publicidade dirigida a menores de alimentos com muito açúcar e sal, porque os hábitos alimentares mudaram para pior.

A lei em questão, impõe restrições à publicidade dirigida a menores de 16 anos de géneros alimentícios e bebidas que contenham elevado valor energético, teor de sal, açúcar, ácidos gordos saturados e ácidos gordos transformados. Entrou em vigor há um ano e o seu impacto deveria ser avaliado a cada cinco anos, contudo para a ON, devia ser revista já.

“Passou somente um ano, mas um ano verdadeiramente atípico e, portanto, nós fazermos a monitorização de alguns indicadores seria muito importante”, porque “podemos ter alguma perceção, mas não sabemos realmente o que passou”, indicou a bastonária da ON, Alexandra Bento, à agência Lusa.

A bastonária indica que a pandemia e as regras sanitárias que foram impostas podem ter afastado as crianças e os jovens de uma alimentação saudável e, porventura, terem estado “muito mais expostos à publicidade” porque estiverem “muito mais tempo em frente à televisão, aos computadores, ao ecrã do seu telemóvel”.

“Estiveram muito mais expostos à publicidade sem sabermos se essa publicidade foi dentro das regras ou até eventualmente fugindo à regra porque fugiu à malha da fiscalização”, explicou.

Alexandra Bento acrescentou ainda, que “para períodos excecionais, medidas excecionais”.

“Se temos visto estas medidas excecionais em outras áreas no que diz respeito a este período pandémico eu acho que também temos que ver medidas excecionais no que diz respeito à alimentação”, questionando porque é que não se faz já uma avaliação do impacto desta medida legislativa, defendendo que seria muito importante saber os padrões de consumo alimentar que as crianças e os jovens tiveram durante este tempo.

“A Direção-Geral da Saúde fez um estudo relativamente aos hábitos alimentares da população em contexto de contenção social, mas que nem tão pouco incluiu crianças e jovens”, concluiu.

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