Da mudança de mentalidades à proteção do planeta: A alteração do paradigma alimentar 1278

Seja para a garantia de uma melhor qualidade de vida, em prol dos ecossistemas ou mesmo com o objetivo de estimular a união populacional e combater a solidão, o progressismo associado a novas formas de olhar para a alimentação coletiva e individual marca o futuro nutricional.

No arranque do XXII edição do Congresso de Nutrição e Alimentação e do III Congresso Internacional de Alimentação e Nutrição, que decorre entre esta quinta e sexta-feira (dias 11 e 12 de maio), na Alfândega do Porto, a conferência “Challenges and oportunities of research in foodservice” contou com a apresentação de um conjunto de temas que marcam as alterações paradigmáticas relevantes ao nível alimentar.

“Como nutricionistas, temos um papel vital na articulação deste sistema”, começou por garantir o nutricionista Duarte Torres. Segundo o também docente na Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP), se tudo se mantiver igual, em 2050 os níveis de emissões de gases com efeito de estufa terão um impacto na pressão ambiental na ordem dos 180%. “Se formos ambiciosos na mudança de dietas, podemos reduzir as emissões para um nível seguro” explicou, através de dados científicos que, reconhece, têm sido cada vez menos.

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Ao alterarmos os nossos hábitos alimentares, estamos não só a contribuir para minimizar os impactos ambientais, como a promover uma qualidade de vida superior, garante Duarte Torres, ao lembrar que grande parte das mortes em Portugal estão ligadas a doenças cardiovasculares.

Mesmo o multiculturalismo crescente em território nacional, com a capacidade de trazer para os pratos dos portugueses novas visões gastronómicas, ou o envelhecimento da população, que necessita de novas formas de encarar a solidão, contribuem para uma das soluções que foram apresentadas: alimentação em contexto comunitário. Tal como o crescimento de lavandarias serf-service, “podemos pensar num sistema em que trazemos essa ideia para a forma como produzimos refeições”, agregando populações em prol de uma alimentação diversificada.

Finalmente, o nutricionista tem um papel que emprega vários setores, da investigação até à Indústria, mas deve apostar no aspeto visual para apelar ao paciente, destaca Duarte Torres. Seja por falta de tempo, recursos ou capacidades, organizar o trabalho numa cantina ou hospital “é um desafio” que deve ser encarado, para aumentar a aceitação dos pratos e, dessa forma, diminuir a malnutrição populacional.

Saiba mais sobre esta e outras conferências na próxima edição da VIVER SAUDÁVEL. Assine aqui a revista da Nutrição e dos Nutricionistas.

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