Consciência sustentável faz consumidores ponderarem integração de insetos na alimentação 1602


08 de fevereiro de 2019

O consumo de insetos tem vindo a ser apontado, nos últimos anos, como alternativa proteica à alimentação humana, substituindo o peixe ou a carne, mas agora levanta-se a questão sobre a aceitação dessa integração por parte da população.

 

Já existem empresas portuguesas dedicadas à produção de alimentos que usam insetos como fonte proteica, e em Maio do ano passado, foi estabelecida a Associação Portuguesa de Produtores e Transformadores de Insectos — Portugal Insect, fundada pelas empresas portuguesas Portugal Bugs, EntoGreen e Nutrix. Estas empresas criam larvas de insetos para transformar em farinhas e posteriormente serem incorporadas em bolachas, pão, patés, barras proteicas, como é referido pela revista “Dinheiro Vivo”. 

 

Em 2013, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) já tinha publicado um relatório onde avançava com a ideia de que os insetos são uma alternativa mais sustentável, com vantagens para a saúde humana e para o ambiente.  Segundo uma estimativa da FAO nesse relatório, a alternativa dos insetos pode ser uma resposta à produção de alimentos que terá de duplicar para responder às necessidades da população em 2050, que pode chegar aos nove mil milhões de pessoas (mais dois mil milhões do que hoje).

 

Numa notícia do jornal “Público”, questiona-se se esta alternativa alimentar será algo que a cultura ocidental esteja preparada para aceitar. Uma equipa da Universidade da Finlândia Oriental e da Universidade de Helsínquia analisou a disposição da população finlandesa em consumir alimentos com origem em insetos. Omnívoros e vegetarianos revelaram estar mais abertos a esta possibilidade. Os vegans não mostraram tanta abertura por não incluirem qualquer produto de origem animal na sua dieta. Segundo os resultados, 69% dos vegans foram considerados “consumidores improváveis” de insetos, enquanto 58% dos vegetarianos e 56% dos omnívoros foram considerados “consumidores prováveis”.

 

«Em geral, os consumidores ocidentais não consideram comida com origem em insectos como uma opção deliciosa e nutriente, mas ainda assim encaram os insectos como uma resposta necessária para o problema da população em excesso e o problema ambiental causado pela produção de carne», refere o artigo publicado na revista “Nutrients”, que acrescenta que a probabilidade de se aceitar os insetos como um alimento parece aumentar à medida que aumenta a consciência dos consumidores sobre o impacto ambiental da produção alimentar.

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