Núcleo de Estudos de Geriatria da SPMI lança campanha “Vacinação é Proteção” 508

Pelo segundo ano consecutivo o Núcleo de Estudos de Geriatria (NEGERMI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) lança a campanha “Vacinação é Proteção” no dia 1 de outubro, Dia Internacional do Idoso.

A campanha destina-se a sensibilizar todos os idosos, os seus cuidadores e familiares, para a necessidade, segurança e eficácia da vacinação contra diversas infeções, com destaque nesta altura do ano para a gripe e a pneumonia, na população idosa. Este ano foi ainda desenvolvida uma publicação com as “Recomendações Clínicas para a Vacinação da População Idosa em Portugal”, destinada a médicos e profissionais de saúde.

“A Direção Geral de Saúde (DGS) já recomenda a vacinação de alguns doentes crónicos e imunodeprimidos contra a doença pneumocócica invasiva e a pneumonia pneumocócica, mas, pela elevada suscetibilidade dos idosos a estas infeções e a sua potencial gravidade, consideramos importante expandir esta recomendação a todos os idosos, com ou sem doenças associadas”, afirma Paulo Almeida, do NEGERMI e responsável da campanha.

Para além das vacinas antipneumocócicas, a vacinação contra a Zona assume particular importância nos idosos considerando a maior frequência, gravidade e morbilidade da doença, assim como a influência na comorbilidades.

Com esta campanha relembra-se também a vacina contra o tétano e a difteria, a única incluída no Programa Nacional de Vacinação para idosos, e a vacina contra a gripe recomendada anualmente pela DGS para os indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos.

“Os idosos são mais suscetíveis às infeções devido à diminuição progressiva da resposta imune com o envelhecimento associada às comorbilidades e síndromes geriátricas, pelo que sem programas específicos de vacinação, as doenças infeciosas continuarão a ter um impacto muito negativo nesta população nas próximas décadas”, conclui Paulo Almeida.

O aumento da esperança de vida justifica uma cuidadosa adaptação das recomendações vacinais à terceira idade, tendo por base uma melhor compreensão das razões subjacentes à baixa taxa de cobertura, bem como um melhor conhecimento da imuno-senescência. Ao contrário das crianças, para quem existem programas de imunização bem definidos, para os idosos não tem havido um plano de vacinação específico, o que tem como consequência uma baixa taxa de cobertura vacinal neste escalão etário.

As doenças infeciosas são uma significativa causa de morbilidade e mortalidade na população idosa podendo algumas ser prevenidas através de vacinação. As infeções do trato respiratório inferior são a quarta causa de morte nos países desenvolvidos, sendo três vezes mais frequentes acima dos 60 anos. Em particular, a pneumonia pneumocócica é uma das principais causas de morte nos idosos e a vacina previne as formas mais graves. O tétano ainda aparece em muitos países, incluindo Portugal, especialmente na população acima dos 50 anos.

As vacinas atualmente disponíveis têm um potencial suficiente para baixar o peso das doenças infeciosas nos idosos, independentemente de viverem no domicílio ou em instituições, prevenindo internamentos hospitalares e a deterioração funcional com subsequente diminuição da qualidade de vida.