Estudo avalia conhecimentos dos portugueses sobre produtos de origem vegetal 838

A expressão “leite vegetal” tem gerado alguma polémica no setor alimentar, uma vez que há quem considere que o leite apenas pode ser de origem animal. As possíveis dúvidas associadas à nomenclatura escolhida pelas marcas para os produtos estão a levar a União Europeia (UE) a estudar um reforço das restrições e uma regulamentação mais limitativa relativamente aos nomes que podem ser dados a alternativas vegetais.

Contudo, um estudo da Universidade Católica, que procurou determinar o conhecimento dos consumidores relativamente às alternativas vegetais concluiu que a maioria dos portugueses (96.4%) sabe que os produtos de origem vegetal (plant-based) são produtos com ingredientes maioritariamente provenientes de origem vegetal e 95.9% sabe identificar corretamente a diferença entre produtos lácteos e produtos de origem vegetal quanto à origem dos ingredientes com que são produzidos.

O estudo insere-se no contexto da discussão da Alteração 171 por parte da Comissão Europeia, Conselho da UE e Parlamento Europeu, previsto durante o mês de março.

O estudo demonstrou que os portugueses não ficam confusos no supermercado e sabem identificar e diferenciar os produtos de origem vegetal, como no caso da ‘alternativa de soja ao iogurte’ (95.1% dos inquiridos considerou que este é um produto de origem vegetal) ou do queijo vegan onde 97,2% classificou corretamente como ‘alternativa vegetal ao queijo’. Assim, a respeito da rotulagem, 76.4% dos consumidores entendem que termos como ‘cremoso’ ou ‘não contém lactose’ poderão aparecer nos rótulos para qualificar alternativas de origem vegetal, o que, segundo a Alteração 171 sugerida pela União Europeia não poderá ser permitida.

Francisco Guerreiro, eurodeputado do Verdes / EFA, comenta que “é lamentável, em primeiro lugar, que a imposição de mais restrições ao sector alimentar de produtos vegetais seja sequer discutida. O grupo político que propôs esta alteração defende que as práticas atuais de rotulagem de produtos à base de plantas confundem os consumidores – uma alegação criada por setores que estão insatisfeitos com a crescente preferência dos consumidores por alternativas à base de plantas. Este estudo muito oportuno vem provar o que os consumidores, empresas e ONGs têm tentado dizer aos decisores políticos: não somos enganados por produtos à base de plantas – compramos porque gostamos deste produtos, porque nos preocupamos com o planeta, com a nossa saúde e com o bem-estar animal!”.

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