DGS lança manual de alimentação saudável dirigido a refugiados 907

04 de Dezembro de 2015

A Direção-Geral da Saúde (DGS) vai lançar um manual com orientações alimentares para os refugiados, população com especificidades que podem comprometer o acesso a uma alimentação e a cuidados de saúde adequados, influenciando a sua mortalidade e morbilidade.

O manual, intitulado “Acolhimento de refugiados: Alimentação e necessidades nutricionais em situações de emergência”, foi elaborado no âmbito do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) e consiste num «documento inovador a nível nacional», que utiliza a evidência científica mais recente e útil para quem ajuda no acolhimento a refugiados.

O manual parte da cultura alimentar portuguesa e dos produtos alimentares existentes no país, adaptando as refeições a grupos de refugiados, cujos gostos e preferências não se afastam muito da matriz mediterrânica comum, já que a maioria desta população provém do Médio Oriente e de África.

«O nosso país possui uma cultura alimentar comum a tantos outros povos da bacia mediterrânica e uma já larga tradição científica de pensamento no domínio das ciências da nutrição que, em conjunto com a nossa tradicional capacidade de bem receber, podem fazer escola nesta área tão carenciada de ação qualificada», considera Pedro Graça, diretor do PNPAS, citado pela “Lusa”.

O manual está organizado em três partes: começa com a avaliação do estado nutricional da população a receber, apresenta estratégias para o desenho da intervenção nutricional e alimentar tendo por base as necessidades nutricionais destes grupos e aborda o tema da higiene e segurança dos alimentos.

Esta última parte pretende ser particularmente útil para as instituições que podem receber muitas pessoas e onde a confeção de refeições necessita de obedecer a critérios exigentes de higio-sanidade.

O manual apresenta ainda algumas considerações relacionadas com os cuidados básicos na área da psicologia destinados às equipas que estão no terreno a prestar apoio alimentar.

Este documento pretende ser um contributo para a receção de refugiados, no âmbito da sua distribuição pelos diversos Estados Membros acordada pela Comissão Europeia.

Na quarta-feira, o diretor nacional adjunto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) anunciou que o primeiro grupo de migrantes que vão ser recolocados a partir de Itália e da Grécia deverão chegar a Portugal antes do Natal.

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