“Semana da Hipertensão” – É urgente alertar para a importância de medir a pressão arterial e do tratamento adequado 760

Apesar de quase 75% dos hipertensos portugueses estar sob medicação, o controlo chega a pouco mais de 40%, e grande parte falha pela falta de adesão à terapêutica. O contexto pandémico afastou os doentes dos médicos, por isso a SPH considera prioritário o regresso às consultas regulares para garantir o controlo dos valores da pressão arterial, revertendo o efeito da pandemia.

A Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) assinala de 16 a 23 de maio a Semana da Hipertensão, uma iniciativa que organiza pelo 3º ano consecutivo com o objetivo de sensibilizar os portugueses para esta doença, alertando-os para a importância de medir e controlar a hipertensão arterial (HTA). À semelhança do que aconteceu no ano passado, nestas datas, vão decorrer ações de sensibilização através de canais digitais para chegar a todos, além de iniciativas de rastreio e informativas, no Hospital Beatriz Ângelo, em Loures.

A Semana da HTA acontece sempre por ocasião do Dia Mundial da Hipertensão a 17 de maio, assinalado mundialmente pela World Hypertension League (WHL) com o propósito de aumentar a consciencialização sobre a HTA em toda a população no mundo, sempre com a assinatura “Meça sua pressão arterial, controle-a, viva mais”.

Conhecida como a “doença silenciosa”, em Portugal, a HTA afeta cerca de 42% da população. Não tem sintomas e está ligada a doenças cardiovasculares graves, com taxas de mortalidade ou incapacidade elevadas.

Luís Bronze, presidente da SPH refere que “em Portugal, apesar de quase 75% dos hipertensos estarem sob medicação, o controlo chega a pouco mais de 40%, e em grande parte este problema é causado pela falta de adesão à terapêutica. Por isso, é fundamental que, com a normalização dos serviços de saúde, após dois anos de pandemia COVID-19, os doentes voltem às consultas para garantir um melhor acompanhamento e tratamento adequado. As idas ao médico são essenciais porque servem também para motivar os doentes a aderir à terapêutica e a consciencializá-los para os fatores de risco coadjuvantes. Estas são medidas indispensáveis para controlar esta pandemia silenciosa que é a hipertensão”.

Paralelamente, a SPH associa-se ao May Measurement Month (MMM – Maio, o mês da medição), uma iniciativa da International Society of Hypertension (ISH), apoiada pela World Hypertension League (WHL), que tem como objetivo continuar a sensibilizar a população para a necessidade de medir a sua pressão arterial (PA). Este ano, o objetivo é potenciar os rastreios de HTA em Portugal, a juntar aos restantes países que por todo o mundo colaboram com a WHL. Entre 2017 e 2019 já foram realizadas medições de PA a mais de 4.1 milhões de pessoas por todo o mundo – em 2019 foram rastreadas mais 1.47 milhões de pessoas.

Na Semana da HTA, as atividades online previstas decorrem no Facebook, Instagram, Youtube e site da SPH (www.sphta.org.pt) e visam esclarecer dúvidas, promover hábitos de estilo de vida saudável e alertar para as consequências da PA mal controlada. Com estas sessões digitais, a SPH pretende desconstruir mitos relacionados com o quotidiano de um doente hipertenso, incentivar a prática de atividade física regular e uma alimentação saudável
com baixo teor de sal. Além de reforçar a mensagem sobre a importância de medir a PA frequentemente, cujos valores devem ser inferiores a 140/90, e de cumprir a toma da medicação prescrita.

Preocupada com este contexto nacional, além da Semana da HTA, a SPH apoia outras iniciativas de prevenção para reforçar as suas mensagens, nomeadamente a Campanha #PorqueSim que decorre durante todo o mês de maio com o propósito de sensibilizar a população para a importância da medição e do controlo da PA, bem como a necessidade de adesão à terapêutica anti hipertensora, medicação esta que deve ser tomada diariamente tal como recomendado pelo médico.

Sobre a Hipertensão:
A hipertensão, ou também conhecida como ‘tensão alta’, é uma doença crónica que não apresenta sintomas, mas tem consequências nefastas nas artérias, coração e rim, bem como noutros órgãos do corpo humano. Está diretamente ligada, se deixada ao seu curso natural, ao acidente vascular Cerebral e ao enfarte do miocárdio. Mundialmente, esta patologia é o maior contribuinte para morte e para incapacidade, estimando-se que se relacione com 19% de todas as mortes (10,8 milhões de pessoas) anualmente. Relaciona-se, ainda, com cerca de 50% de todos os casos de acidente vascular cerebral e de enfarte do miocárdio.
Em Portugal, a hipertensão atinge 42,2% da população adulta, mas cerca de ¼ dos hipertensos desconhece que tem a doença e só 74,9% dos hipertensos estão medicados. Atualmente 42,6% das pessoas com hipertensão têm a doença controlada. Um outro fator preocupante é que uma percentagem cada vez maior dos jovens e crianças sofre de hipertensão, o que se deve ao consumo excessivo de sal aliado à falta de exercício físico e à obesidade que se verifica.

Sobre a Sociedade Portuguesa de Hipertensão:
A Sociedade Portuguesa de Hipertensão foi registada em julho de 2004, por um grupo de médicos interessados por hipertensão arterial. A crescente prevalência da Hipertensão Arterial e a necessidade de alertar a população para os riscos e para a prevenção da hipertensão arterial motivou a fundação desta sociedade científica. O fator que mais contribuiu para a criação desta sociedade foi o facto da hipertensão arterial ser uma doença transversal a várias áreas médicas como a medicina interna, a medicina familiar, a cardiologia, a nefrologia, a endocrinologia, a epidemiologia, a genética, o nutricionismo, a farmacologia e a saúde pública. A criação desta entidade surge também da necessidade de representar Portugal nas reuniões das Sociedades de Hipertensão congéneres, semelhantes na forma e objetivos, especialmente na Sociedade Europeia de Hipertensão (ESH).

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