Oito em cada 10 portugueses defende políticas públicas para alimentação saudável 1024

Segundo o II Grande Inquérito sobre Sustentabilidade, realizado pela Missão Continente (Grupo Sonae) e Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, oito em cada dez portugueses consideram que o Governo deve intervir para promover hábitos alimentares mais saudáveis.

A maioria dos inquiridos apoia de forma expressiva o alargamento de medidas como a redução de açúcar nalguns alimentos, o controlo das refeições nas escolas, a redução das ofertas menos saudáveis, a promoção da agricultura biológica e a redução do desperdício alimentar. Todas áreas onde os portugueses defendem a aplicação de políticas públicas.

As medidas mais apoiadas são o incentivo à distribuição gratuita de fruta, à confeção de alimentos produzidos com produtos da região e de agricultura biológica. Para além disso, defendem ainda a proibição do uso de plástico descartável nas refeições escolares.

Com menos apoio, mas ainda acima de dois terços das respostas, teve a ver com a proibição da venda de alimentos pouco saudáveis em estabelecimentos comerciais no perímetro da escola.

Relativamente à redução de açúcar, a grande prioridade são os sumos e os produtos típicos de pastelaria tradicionalmente mais associados ao açúcar (bolos, chocolates e doces) mas os sumos, os molhos, os leites aromatizados, os cereais e as águas aromatizadas estão também entre os produtos escolhidos para serem alvo de medidas de taxação no que respeita ao açúcar.

A extensão deste tipo de taxas a outros produtos alimentares tem o apoio de quase metade dos inquiridos (47,7%), enquanto 23% se manifestam hesitantes, mas sem recusar a medida. Este estudo indica que apenas três em cada 10 estão contra esta taxa.

Quanto à medida já em vigor de aplicação de uma taxa relacionada com o teor de açúcar dos refrigerantes, os níveis de discordância são mais baixos, cerca de 15%.

Quando questionados sobre quem são os principais responsáveis pela saúde e segurança alimentar, os portugueses atribuem um grande peso ao Estado, em particular aos Ministérios da Saúde, do Ambiente e da Agricultura. Outra das responsáveis indicadas foi a Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE), a principal entidade fiscalizadora de segurança alimentar.

O estudo decorreu entre 7 de novembro e 13 de dezembro de 2018, e analisou 1.600 residentes em Portugal, maiores de 18 anos, estratificado por região, género e idade, com 95% de intervalo de confiança.

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