Estudo: Comer a determinadas horas pode afetar produção bacteriana 799

 

 

22 de novembro de 2018

Um estudo científico espanhol concluiu que a hora em que comemos é importante. A investigação publicada no “The FASEB Journal”, explica que os alimentos que ingerimos contêm uma enorme coleção de microorganismos que vivem no sistema digestivo de cada indivíduo – a microbioma intestinal. Estes são sensíveis ao horário das refeições consumidas e podem, em última instância, afetar o peso dos seres humanos..

A equipa de investigadores analisou durante várias semanas a saliva de um grupo de testes constituído por 10 mulheres saudáveis de 25 anos, realizadas quatros vezes ao dia, e conseguiram detetar um padrão curioso nas amostras: a diversidade microbiana aumentava e diminuía consoante as horas – durante algumas horas específicas, as salivas recolhidas continham muitos tipos de micróbios; em outras horas, apresentavam muito poucos.

Todos os testes humanos levantavam-se às 8h da manhã, mas algumas comiam às 14h e outras somente às 17h30. Esta diferença de horário explicou a diferença das culturas bacterianas. No primeiro grupo (as mulheres que comiam às 14h) verificou-se que a diversidade de bactérias diminuía entre as 8h e as 16h e aumentava entre as 16h e meia-noite. No segundo grupo, notou-se o inverso: das 8h às 16h havia mais microorganismos e entre as 16 e meia-noite, menos. De forma a confirmarem que esta tendência se mantinha, os investigadores trocaram os elementos do grupo de testes e certificaram-se que houve também uma mudança idêntica nas bactérias.

Com base nestes resultados, a principal autora do estudo, a professora catedrática de Fisiologia da Universidade de Múrcia e investigadora do Hospital Brigham and Women’s da Universidade de Harvard, aconselha que não se coma «até mais tarde que as 15h» depois de se acordar, já que estas questões horárias podem «causar mudanças no microbioma intestinal que, por sua vez, podem favorecer inflamações e a obesidade», disse Marta Garaulet.

No entanto, os autores indicam que este estudo foi pequeno academicamente e que será necessário mais pesquisa para se tirar conclusões mais gerais.

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