Beldroega do mar é uma fonte de fibra, de proteína e de lipídios 1215

De acordo com uma investigação levada a cabo por uma equipa da Escola Superior Agrária do Politécnico de Coimbra (ESAC-IPC), a beldroega do mar surge como uma fonte de fibra, de proteína e de lipídios.

O estudo teve como intuito determinar o perfil mineral, nutricional e a atividade biológica de uma halófita, a beldroega do mar (Halimione portulacoides). Para além disso, foi também avaliada a possibilidade da utilização das folhas desidratadas e reduzidas a pó, como substituto do sal das cozinhas e intensificador das características sensoriais de alimentos.

O estudo permitiu concluir que, em termos nutricionais, a beldroega-do-mar pode ser considerada uma boa fonte de fibra, de proteína e de lipídios, apresentando uma maior concentração destes nutrientes do que nalgumas espécies de Salicórnia adequadas para consumo humano, sendo consideradas alimentos funcionais promissores.

Para além disso, foi encontrada na beldroega do mar colhida pela equipa nas marinhas de sal da Figueira da Foz, uma alta concentração de minerais naturais, tais como sódio, potássio, cálcio, magnésio, cobre e fósforo. Quanto ao manganês, embora tenha sido detetada uma baixa concentração deste mineral, a equipa apurou que a ingestão de 100 g de folhas frescas fornece 74% da dose diária recomendada para adultos.

O extrato das folhas de H. portulacoides apresentou ainda um alto teor de compostos fenólicos e maior teor em flavonóides, quando comparado a outras halófitas como a Ipomoea pes-caprae, conhecido popularmente como salsa-da-praia ou pé-de-cabra. Neste extrato foi ainda identificada uma atividade antioxidante superior a extratos de outras espécies halófitas, do género Suaeda.

As folhas desidratadas de H. portulacoides revelaram o potencial da planta para ser utilizada como substituto do sal e uma boa alternativa enquanto intensificador das características sensoriais dos produtos, proporcionando simultaneamente benefícios à saúde dos consumidores. Este novo ingrediente, testado em dois alimentos modelo, a massa fresca e a manteiga, obtiveram uma boa avaliação sensorial.

O trabalho foi realizado por Aida Moreira da Silva, Maria João Barroca, ambas investigadoras na Unidade de Investigação e Desenvolvimento Química-Física Molecular da Universidade de Coimbra e responsáveis pelo projeto IDEAS4life (IN0995), Arona Pires, bolseira mestre, Sandrine Ressurreição, elemento da equipa e Sílvia Agreira, estudante da licenciatura em Gastronomia.

O estudo, denominado por “Sea Purslane as an Emerging Food Crop: Nutritional and Biological Studies“, foi publicado pela editora MDPI. Pode consultá-lo aqui.

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