Abrir sacos ou garrafas plásticas pode libertar milhares de microplásticos 1120

Um estudo realizado por investigadores da Universidade de Newscastle e da Universidade Flinders, na Austrália, e publicado na revista “New Scientist”, indica que uma ação normal como abrir embalagens, como sacos e garrafas, pode ser suficiente para libertar pequenas quantidades de microplástico para o ambiente.

Os microplásticos são plásticos muito pequenos, com uma dimensão entre 0,001 e 5 milímetros, sendo geralmente produzidos quando detritos maiores de plástico são partidos ou despedaçados.

A equipa testou manusear vários objetos de plástico, tais como sacos, garrafas e embalagens, com o intuito de verificarem se essas atividades libertavam microplásticos.

Os autores do estudo descobriram que diferentes formas e tamanhos de microplásticos eram gerados durante esse manuseamento.

Usando uma balança sensível a pesos tão baixos quanto um nanograma para medir os microplásticos que pousaram na sua superfície, os resultados revelaram que entre 10 a 30 nanogramas de microplásticos foram libertados durante a abertura de materiais compostos por estes materiais, o que equivale entre 14.000 e 75.000 partículas microplásticas individuais.

Essas ações produziram entre 46 a 250 partículas microplásticas de todas as formas e tamanhos por centímetro de plástico. A quantidade variou de acordo com as características do produto, como rigidez, espessura e densidade.

Em seguida, os investigadores usaram uma técnica chamada espectroscopia para deduzir a composição química dos microplásticos e descobriram que a maioria era feita de polietileno, um dos plásticos mais usados.

A equipa indicou que esse número pode não ser real, pois a verdadeira quantidade libertada é provavelmente ainda maior, visto que muitos microplásticos são carregados estaticamente e permanecem no ar. Contudo indicam que “esta descoberta envia-nos um aviso importante”.

Os investigadores alertam para o risco dos microplásticos, sua possível toxicidade e como eles podem ser ingeridos, e que são necessárias mais pesquisas sobre a exposição humana a esses produtos.

“Agora é crucial trabalharmos para descobrir os efeitos destas partículas na saúde humana e reduzir o uso desnecessário de plástico”, concluem.

Pode ler o estudo aqui.

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