CNA 2019: O valor económico da nutrição «vai muito além das questões financeiras» 1294

A VIVER SAUDÁVEL está a acompanhar o Congresso da APN neste primeiro dia, quase a chegar ao fim.

“O potencial retorno financeiro da intervenção nutricional” foi uma conferência que teve como orador Álvaro Almeida, professor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, e Hugo de Sousa Lopes, da Secção Regional de Saúde do Norte, como moderador. Aborda-se o valor da nutrição sob uma perspetiva de um economista.

Partindo da ideia de que «o valor económico vai muito além das questões financeiras», no caso da intervenção nutricional, haverá valor gerado se os benefícios forem superiores aos valores de intervenção, estando então dependentes da avaliação efetuada destas duas variáveis. No caso da nutrição a avaliação «não está bem definida», segundo o orador.

A análise da nutrição enquadra-se nas avaliações de saúde, e faz-se através da análise custos-benefícios (medido em unidades monetárias) e a análise custo-utilidade (comparação dos benefícios), segundo o professor.

Foi abordada a metodologia de avaliação económica em saúde, que inclui as intervenções na qualidade de vida dos cidadãos e aumento de anos de vida ( QALY), bem como os custos implicados nessa determinada intervenção. As perpetivas desta análise variam também consoante a abordagem seja na ótica de um individuo, de uma instituição ou, no caso da saúde pública, na ótica do SNS e da sociedade.

Os benefícios da intervenção a ser considerados, avança o orador, devem ser os diretos (QALY), os custos clínicos evitados e os benefícios indiretos (por exemplo custos de quebra de produtividade).

Em jeito de conclusão, Álvaro Almeida avança que uma intervenção nutricional tem reflexos sobre várias vertentes na saúde dos cidadãos, com efeitos “colaterais” e numa cadeia de ganhos de valor que deve ser tida em conta por quem financia estas ações, dando como exemplo os custos de uma intervenção na obesidade em Portugal. A capacidade de demonstrar valor gerado pelas intervenções na área da nutrição é considerada, assim, fundamental, para a sua defesa junto dos decisores políticos.

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