XX CNA: Vigorexia é «mais frequente em jovens do sexo masculino» que praticam Bodybuilding 1168

A «vigorexia ou dismorfia muscular», muito associada à prática desportiva, foi outro dos temas abordados no 20.º Congresso de Nutrição e Alimentação (CNA), organizado pela Associação Portuguesa de Nutrição (APN).

Ana Goios, nutricionista e professora na Academia Clínica do Dragão, começou por explicar a diferença entre «anorexia e vigorexia». Em meados de 1993, a «vigorexia foi referida como anorexia nervosa reversa». Ao contrário das pessoas com anorexia nervosa, que «acham que estão demasiado grandes», a investigadora explica que «as pessoas que sofrem de vigorexia acham-se muito pequenas».

O conceito foi sofrendo alterações ao longos dos anos e, atualmente, é encarado como «vigorexia ou dismorfia muscular». É descrito pela oradora como «uma forma de transtorno dismórfico corporal», que entra no espectro dos «transtornos obsessivos e compulsivos».

De acordo com Ana Goios, a obsessão passa pelo «aumento do tamanho da massa muscular». As pessoas que sofrem deste distúrbio são essencialmente «indivíduos que têm um foco excessivo na aparência e que seguem padrões de treino e alimentação extremamente rigorosos», explica a nutricionista.

Existem alguns fatores que podem estar relacionados com o aparecimento destas «perturbações», nomeadamente a «baixa autoestima, depressão ou perfecionismo», enumera Ana Goios. Além disso, a professora da Academia Clínica do Dragão refere que a vigorexia é «mais frequente em jovens, do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 19 e 20 anos», e aparenta ser mais prevalente em «desportos que enfatizam o aumento da massa muscular e da força», como o Bodybuilding.

Ana Goios considera que existe uma «linha ténue» entre os «comportamentos normais dos bodybuilders das ações que são provocadas por distúrbios patológicos». Nesse sentido, apela à existência de mais «estudos longitudinais, com o intuito de se perceber melhor a evolução dos sintomas desta dismorfia muscular». É necessário perceber se «o Bodybuilding é a causa da dismorfia muscular ou se, pelo contrário, atrai atletas que estão mais predispostos para sofrer deste distúrbio patológico», conclui.

Veja a reportagem completa sobre o XX CNA na edição de novembro da revista VIVER SAUDÁVEL.

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