XX CNA: A pandemia provocou «novas tendências na indústria agroalimentar» 757

Durante o 20.º Congresso de Nutrição e Alimentação da Associação Portuguesa de Nutrição (APN), Deolinda Silva, diretora-executiva da Portugal Foods, abordou o impacto da pandemia nos «sistemas agroalimentares».

A oradora considera que aconteceram «várias disrupções nos sistemas agroalimentares», nomeadamente o aumento de preços, dos custos logísticos e a «aceleração de tendências que já estavam a ser preparadas para o futuro».

Deolinda Silva afirma que um dos fatores com maior impacto negativo nas empresas agroalimentares foi o encerramento do canal HORECA (hotéis, restaurantes e cafés), o que permitiu o «aumento do consumo doméstico».

Para alcançar o «novo normal», a diretora-executiva apresentou as quatros maiores tendências da indústria agroalimentar: «digitalização, teletrabalho, sustentabilidade e alimentação saudável».

A «digitalização, a automatização e a mecanização são tendências que aceleraram durante a pandemia e provaram sua relevância e necessidade», afirma. Deolinda Silva realça o investimento que tem vindo a ser feito pelas empesas na área digital e acrescenta que é «indispensável para o futuro».

Já sobre o teletrabalho, o impacto no sistema agroalimentar ainda é desconhecido, mas a diretora-executiva garante que «será relevante no futuro». Deolinda Silva refere que os «sistemas híbridos vieram para ficar», já que as reduzidas visitas ao escritório significam menos ocasiões para frequentar restaurantes ou cantinas. Por outro lado, o trabalho em casa permitiu o aumento de «refeições caseiras» e, em simultâneo, o aumento de entregas durante o horário laboral.

Na opinião da oradora, a «estratégia Farm to Fork da UE e o The Green New Deal vão ter um impacto relevante na tendência de sustentabilidade», o que significa que muitas empresas vão ser obrigadas a acelerar e adequar as suas políticas e projetos. Além disso, «os consumidores também estarão mais cientes de seu impacto no plano e irão agir em conformidade», acrescenta.

A pandemia tornou «a alimentação saudável mais relevante» e terá um «impacto definitivo sobre a forma como comemos». Em síntese, Deolinda Silva defende que o «o consumidor está mais preocupado com o que come, como consome e o momento em que consome».

Perde-se menos tempo com a preparação das refeições alimentares em teletrabalho e, por isso, a «indústria é desafiada a apresentar soluções», salienta a oradora. Deolinda Silva alerta para a necessidade de «esclarecer, informar e ser mais transparente nos rótulos dos produtos agroalimentares».

Por último, a responsável pela Portugal Foods reforça que o canal HORECA tem de se adaptar às situações excecionais, como a atual pandemia. Por isso, recomenda que os líderes-executivos das empresas estejam atentos aos «novos modelos de negócio, à crescente digitalização e aos novos hábitos de consumo».

Veja a reportagem completa sobre o XX CNA na edição de novembro da revista VIVER SAUDÁVEL. 

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