Por Luísa Dias, Presidente da Direção da Associação Nacional de Estudantes de Nutrição
Setembro marca o início de mais um ano letivo e o começo de novos ciclos. Para muitos, representa o primeiro contacto com o ensino superior em nutrição, um momento repleto de entusiasmo e grandes expectativas em relação ao futuro. Para outros, este é um período de despedida e de conclusão de uma etapa, que traz consigo tanto o sentimento de realização como a incerteza perante as portas que se abrirão no mundo profissional.
A vida no ensino superior é um período de intenso crescimento pessoal e profissional e oferece inúmeras oportunidades para descobrir, errar, aprender e tentar novamente. É um espaço para sair da zona de conforto, explorar novos horizontes e desenvolver competências que nos acompanham toda a vida. Temos à disposição um mundo de experiências dentro e fora da sala de aula, quer seja participação em congressos e iniciativas formativas, projetos de investigação, associativismo, programas de mobilidade, estágios observacionais, entre outros. São experiências que nos moldam, nos desafiam e que mais tarde nos vão diferenciar enquanto profissionais.
Neste contexto, é essencial desenvolver não apenas o domínio técnico e científico, mas também competências transversais que são cada vez mais indispensáveis para corresponder às exigências do mercado de trabalho atual. A criatividade, a capacidade de resolução de problemas, o pensamento crítico, a comunicação, a adaptabilidade a diferentes contextos e a flexibilidade, são competências que assumem um papel central e estratégico num mercado que se encontra em constante transformação e evolução.
Programa de Estágios da ANEN: Um Penso Rápido ou Parte da Solução?
Mais ainda, quando falamos numa área mais recente como a área da Nutrição que é um verdadeiro mundo com diversas possibilidades de atuação. Uma área que ao longo dos anos tem conquistado o seu espaço em diversos setores, mas que ainda tem muito mais por alcançar, quer seja nas escolas, nos hospitais, clínicas, indústrias, autarquias, creches, no desporto, na restauração, são muitas as frentes onde o nutricionista tem a capacidade de atuar e de fazer a diferença.
Ao longo da licenciatura ficamos cada vez mais conscientes do impacto que podemos gerar e do nosso potencial como promotores de saúde na população, mas também sabemos que ainda existem desafios a superar. O acesso à profissão, tema amplamente debatido, continua a representar um obstáculo significativo. Enquanto alguns iniciam o seu percurso académico, outros concluem a licenciatura, e é com preocupação que testemunhamos, mais um ano, o desânimo de muitos recém-licenciados, que enfrentam dificuldades em encontrar entidades dispostas a acolhê-los para a realização do estágio profissional. Este cenário limita as oportunidades de inserção no mercado de trabalho, como também compromete o desenvolvimento do potencial individual dos jovens, compromete a sustentabilidade da
nossa profissão e enfraquece a classe profissional.
Neste início de novas etapas, desejamos a todos os que ingressam pela primeira vez na licenciatura em nutrição um ano letivo repleto de aprendizagem e crescimento. Aos recém-licenciados, desejamos muito sucesso e que tenham oportunidade de elevar o papel do nutricionista em Portugal.
Educação Alimentar: Um Investimento que Começa nos Primeiros 1000 Dias
Por fim, enfatizamos a importância e a urgência de implementar as mudanças necessárias para facilitar o acesso à profissão, garantindo aos estudantes e recém-licenciados um futuro mais promissor, repleto de oportunidades e progressão de carreira.




