Portugueses consomem em média duas vezes mais calorias do que o recomendando 957

Os portugueses consumiram, em média, duas vezes mais calorias do que o recomendando para um adulto entre 2016 e 2020.

Os dados constam da Balança Alimentar Portuguesa (BAP) 2016-2020, divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)

Apesar de em 2020, ano de pandemia ter havido uma redução do consumo de alimentos diário, este ainda foi excessivo.

Os grupos de produtos alimentares com maiores desvios em 2020, face ao consumo recomendado pela Roda dos Alimentos, foram a “carne, pescado e ovos”, mais 11,9 pontos percentuais, contra 11,4 p.p. em 2016. Seguem-se os “frutos” (menos 4,7 p.p. em comparação com -6,5 p.p. em 2016), e os “hortícolas” (menos 8,6 p.p em comparação com 7,2 p.p. em 2016).

A oferta de carne aumentou 8,7% neste período, com cada habitante a consumir diariamente, em média, 229,8 gramas e 83,9 quilos por ano, mais de quatro vezes o total das calorias recomendadas pela Roda dos Alimentos para uma dieta média de 2.000 calorias.

A maior oferta continuou a ser a carne de aves com 38,4%, seguida da carne de suíno (29,1%), embora tenha perdido representatividade (-2,8 p.p.).

O pescado aumentou 16,3%, e alcançou 62,7 gramas diárias por habitante, e os ovos 16,1%, com uma taxa média de crescimento anual de cerca de 4%. Em média, cada habitante comeu 178 ovos por ano, cerca de meio ovo por dia.

As quantidades diárias disponíveis de frutos por habitante aumentaram 27%, mas o consumo médio diário de 278,7 gramas diárias por habitante ainda está aquém das quantidades recomendadas.

O consumo de hortícolas manteve-se relativamente estável, com cada habitante a consumir em média 285,8 gramas diárias, em comparação com as 286,3 gramas em 2012-2015.

O consumo de óleos e gorduras continuou a descer, reduzindo-se em 2,2%, bem como os açúcares adicionados que totalizaram 83,7 gramas diárias por pessoa, diminuindo 3,2%.

O consumo diário de café, cacau e chocolate tem vindo a subir há mais de dez anos, atingindo, em média, 25,8 gramas diárias por habitante.

O consumo de bebidas alcoólicas também aumentou, atingindo, em média, 110 litros anuais por habitante, refletindo um aumento de cerca de 14% face a 2012-2015, das quais 47,9 l/hab/ano de vinho e 57,6 de cerveja.

A BAP conclui que “as disponibilidades alimentares para consumo continuam a evidenciar uma oferta alimentar excessiva e desequilibrada”, em que “o aporte calórico diário médio disponível para consumo por habitante neste período foi de 4.075 calorias”, superior às 3.954 calorias registadas em 2012-2015.

Em 2020, devido à pandemia, o consumo diminuiu 3,6% face a 2019, correspondente a 3.990 calorias diárias por habitante, acima dos níveis apurados no período recessivo da economia portuguesa (2011-2013).

“As exceções foram os ovos e os produtos estimulantes (café e chocolate) que aumentaram consecutivamente ao longo de todo o quinquénio e o açúcar cujas disponibilidades decresceram de forma continuada” neste período, indica o relatório.

Pode consultar a Balança Alimentar Portuguesa 2016-2020 aqui.

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