DGS quer aumentar anos de vida com qualidade da população sénior 436

13 de Setembro de 2016

A Direção-Geral da Saúde pretende que os portugueses vivam mais anos de uma forma saudável. O objetivo é aumentar 30%, até 2020, os anos de vida após os 65, sem problemas graves de saúde.

Esta é uma das metas do Plano Nacional de Saúde: Revisão e Extensão a 2020, cujos indicadores foram agora atualizados, revelando uma desaceleração da melhoria do estado de saúde dos portugueses, que pode estar relacionada com a crise financeira, lê-se numa notícia avançada pelo “DN”.

«Nota-se que há uma desaceleração da melhoria do estado de saúde em alguns indicadores, tais como a esperança de vida saudável aos 65 anos», disse Rui Portugal, diretor executivo do PNS, que respondeu ao “DN” em colaboração com Paulo Nogueira, diretor de serviços de informação e análise.

Trata-se de uma «diminuição do ritmo de melhoria» que o responsável acredita poder estar relacionada com a crise. Por exemplo, «entre 2006 e 2010 há uma redução de 3,5 pontos percentuais na taxa de mortalidade prematura por doença cardiovascular e no período de 2010 a 2013 esse reduziu apenas 1,4 pontos percentuais».

Segundo o Plano Nacional de Saúde em Números 2015, em 2014 residiam em Portugal mais de dois milhões de pessoas com mais de 65 anos. Um dado curioso é o facto de as mulheres terem mais esperança de vida à nascença (83,21 anos) do que os homens (77,38), mas menos qualidade de vida na terceira idade. «Há claramente um problema de equidade. Duas áreas podem eventualmente justificar – a saúde mental e a doença musculoesquelética [doença degenerativa] – mas não sabemos com rigor», diz Rui Portugal.

Para que haja um aumento na qualidade de vida, é necessário um investimento na pré-reforma. «As empresas e as autarquias (espaço urbano ou rural) devem ter uma atenção particular no envelhecimento ativo das pessoas e das comunidades», afirma o diretor do programa, sugerindo, no caso das empresas, saúde ocupacional e programas de gestão de stress. Além disso, destaca as «questões relacionadas com a atividade física, a alimentação cuidada e os comportamentos de risco a evitar ou eliminar, como o tabaco e o álcool».

Além do aumento da esperança de vida saudável em 30%, a diminuição da mortalidade antes dos 70 anos foi outra das metas traçadas pelo Plano Nacional de Saúde Revisão e Extensão a 2020. Destacando que o país está «bem encaminhado», Rui Portugal reconhece que «não é líquido que no curto espaço de tempo que falta para 2020 alcancemos estes objetivos».

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