ON: «Os serviços nas farmácias devem basear-se em evidência científica e não em possíveis interesses» 901

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12 de maio de 2017

Ontem, na Edição Especial Farma Sessions “Serviços na Farmácia: Novas Regras, Novas Oportunidades”, Lino Mendes, membro do Conselho Geral e presidente da Comissão de Ética da Ordem dos Nutricionistas, afirmou que os serviços nas farmácias são uma oportunidade para os utentes, mas também são uma oportunidade para os «diferentes profissionais de saúde desenvolverem um serviço de referência».

No entanto, o representante da ON considera importante que «a prestação de serviços seja baseada em evidência científica e não em possíveis interesses», como tal a Ordem já desenvolveu uma norma de orientação profissional, que deverá ser seguida pelos nutricionistas aquando da sua prática em farmácias, e que «defende o interesse do cliente».

Durante o evento, organizado pela revista Farmácia Distribuição, o key speaker Hélder Mota Filipe, membro do conselho diretivo do INFARMED, reforçou, perante uma plateia composta por cerca de 200 pessoas, que a disponibilização de serviços nas farmácias é «do interesse dos doentes porque são bem servidos e é do interesse do Estado porque retira pressão ao sistema».

A nova regulamentação dos serviços farmacêuticos e dos serviços de promoção de saúde e bem-estar prestados nas farmácias ainda está a ser desenvolvida, existindo para já uma proposta de lista de serviços que ainda está a ser alvo de análise. O INFARMED já ouviu as associações de farmácias (ANF e AFP) e a Ordem dos Farmacêuticos (OF) acerca desta temática, no entanto, as restantes entidades profissionais ainda terão de ser envolvidas para que seja possível «afinar a solução final», explicou Hélder Mota Filipe.

Rita Nunes de Almeida, membro do Grupo Profissional de Farmácia Comunitária da OF, e participante do painel de debate do evento, afirmou que esta nova regulação «peca por ser tardia», na medida em que já «existem serviços a serem prestados numa “zona cinzenta”». A representante da OF reforçou, contudo, que «nem todas as farmácias estarão disponíveis para prestar estes serviços», devido às condições.

Partilhando da opinião de Rita Nunes de Almeida, Humberto Martins, diretor da Área Profissional da Associação Nacional das Farmácias, defendeu que «não teremos mais serviços, se não tivermos mais responsabilidades». O orador acrescentou que as farmácias poderão ajudar a «unir pontas soltas», através da disponibilização de serviços, representando uma «mais-valia para os utentes».

No entender do presidente da Associação Portuguesa de Podologia, Manuel Portela, «dificilmente as farmácias terão instalações para a prática integrada de podologia», considerando contudo fundamental a intervenção do farmacêutico no reencaminhamento do doente numa primeira fase.

Já Rogério Gonçalves, da Direção Nacional da Associação Portuguesa de Enfermeiros, considera que «nem todas as intervenções nas farmácias necessitam de esquipamento específico, pelo que podem ser oferecidas por farmácias mais pequenas».

Em relação às infraestruturas, a farmacêutica Ema Paulino, moderadora da sessão, lembrou que «temos de ser exigentes», mas que «não faz sentido que as exigências vão para lá das exigidas para a prestação dos mesmos serviços fora das farmácias».

«Faz sentido uma intervenção integrada e que haja um reencaminhamento efetivo entre os diferentes profissionais de saúde, para termos a certeza de que as pessoas tiram um maior partido da sua terapêutica», rematou a farmacêutica, em jeito de conclusão.

A edição especial da Farma Sessions contou com o apoio da Católica Lisbon School of Business & Economics, Vilaplana Catering, Simposium Digital Healthcare, OCP Portugal, hmR, QuintilesIMS e Udifar.

Veja a reportagem sobre o evento aqui.

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