Guimarães recebe V Congresso Português de Alimentação e Autarquias em junho 708

14 de fevereiro de 2017

O V Congresso Português de Alimentação e Autarquias, em Guimarães, nos dias 27 e 28 de junho, quer olhar para a nutrição como um «meio» para se ter uma região mais «saudável, competitiva e geradora de riqueza».

Com o tema “O papel da Alimentação na Identidade e Competitividade das regiões”, o evento vai reunir especialistas e autarquias que vão discutir e apresentar projetos em temáticas como o papel da alimentação saudável no crescimento e geração de emprego local, a competitividade das regiões e o estado de saúde e educação alimentar nas populações, as desigualdades alimentares e sociais e o papel das autarquias.

Segundo o representante da Direção-Geral da Saúde, Pedro Graça, que conduziu a apresentação do congresso, as autarquias «são o local adequado para se fazer política alimentar e de saúde», isto porque, explicou, os hábitos alimentares são influenciados por vários fatores, citou a “Lusa”.

«Sabemos que os hábitos alimentares são multifatoriais. Têm a ver com, por exemplo, a segurança, o facto de podermos ir na rua e comprar alimentos sem medo de sermos assaltados. Têm a ver com a disponibilidade, com o acesso a mercados municipais, a produção local», referiu.

Urbanismo e desigualdades são outros fatores a ter em conta na construção de hábitos alimentares: «Tem muito a ver com o planeamento urbano. Não se consegue ter alimentação saudável sem urbanização e produção de alguma forma integrados, para que os produtos cheguem com alguma facilidade às pessoas», completou.

Pedro Graça referiu ainda que «os dados revelam que as grandes patologias que custam muito dinheiro às regiões têm muito a ver com desigualdades sociais».

Pedro Graça lembrou que Portugal tem quase três milhões de obesos, um milhão de diabéticos e três milhões de hipertensos, uma «carga de doença» que só pode ser combatida estando a luta «concentrada nas populações de risco, com menores recursos, menor escolaridade».

«E isto só pode ser combatido se do, ponto de vista local, se perceber isto», frisou.

Outra questão em debate será a alimentação versus o ambiente: «Este congresso também vem sublinhar a questão da agricultura e alimentação serem os fatores que mais carga poluente trazem ao nosso planeta. É a produção, transportes, embalagem, etc.», disse.

«Trabalhando as questões da alimentação, fazendo com que as populações percebam como se podem alimentar melhor, mas também poluir menos, podemos fazer com que estas cidades se transformem em cidades líderes da alimentação e do ambiente», referiu.

O V Congresso Português de Alimentação e Autarquias tem o apoio científico e institucional da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, da Direção-Geral da Saúde e este ano contará com o apoio da ADRAVE – Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Ave.

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