Estudo avalia o impacto dos projetos de sensibilização de crianças para hábitos saudáveis 693

22 de Agosto de 2016

Iniciativas que promovem a prática de uma alimentação saudável e de exercício físico, junto dos mais novos, proliferam nas escolas portuguesas. Contudo, ainda não se sabe se estes projetos têm tido o impacto desejado: a diminuição da obesidade infantil. Os últimos dados revelam que 31% das crianças portuguesas têm excesso de peso.

De modo a colmatar esta falha, as especialistas Jéssica Filipe e Cristina Godinho, juntamente com o diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde (DGS), Pedro Graça, analisaram 29 projetos realizados entre 2001 e 2015. Com este estudo, que teve o apoio da DGS, quiseram dar um primeiro passo para se criar um mapa do que se faz no país para combater a obesidade infantil, como foi aplicar no terreno as ideias, quais os resultados e as soluções mais eficazes, lê-se numa notícia avançada pelo “DN”.

«A grande conclusão que encontrámos é que o que é feito geralmente está mal descrito. Um texto recente da Comissão Europeia aponta, que em média, do orçamento para a saúde 3% vão para a prevenção e 97% são gastos em intervenções no tratamento da doença. Não se investe porque a forma como os projetos são descritos é pouco organizada e não se veem resultados. Não quer dizer que não existam ou que não sejam positivos», disse ao “DN”, Pedro graça.

O estudo concluiu também que «até à data, não existe um registo atualizado em permanência sobre os projetos de intervenção que têm sido realizados neste âmbito em Portugal. Tal facto significa que cada nova intervenção ocorre isoladamente, refletindo uma oportunidade perdida de melhoria de intervenções de mudança comportamental já existentes».

Em relação aos projetos analisados, a investigação revelou que a escola foi o local escolhido pela maioria para fazer divulgação juntos das crianças, professores e familiares do que é uma alimentação mais saudável e da promoção do exercício físico. Apostaram em jogos interativos, livros, folhetos, criação de hortas na escola. E apesar das dificuldades, foi possível perceber que alguns projetos tiveram resultados animadores: mais fruta nos lanches que vêm de casa, alunos a comer mais fruta na escola depois das campanhas, avançou o “DN”.

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