Farinha e óleo de peixe privam populações africanas de alimentos essenciais 851

A Greenpeace veio alertar para o facto de que a produção de farinha e óleo de peixe para as indústrias europeia e asiática está a privar a população da África Ocidental de parte importante da sua dieta e a exaurir recursos pesqueiros.

Num relatório divulgado, a organização não-governamental (ONG) ambientalista, indica que cerca de 500 mil toneladas de peixe que poderiam acabar nos pratos de 33 milhões de pessoas são transformadas anualmente em farinha de peixe e óleo de peixe para sectores como a aquicultura, agricultura, suplementos alimentares, produtos cosméticos e rações para gado.

“Esta prática não só compromete a segurança alimentar das comunidades costeiras da Mauritânia, Senegal e Gâmbia”, como também priva “as do Mali continental e do Burkina Faso de uma das suas principais fontes de proteínas”, indica o relatório.

Isto representa “uma séria ameaça à segurança alimentar na sub-região”.

A União Europeia é o principal mercado para estes produtos, mas a China, onde a procura de farinha de peixe aumentou devido ao aumento das necessidades em aquacultura, é também um destino importante, juntamente com outros países asiáticos, como o Vietname e a Malásia.

“Em 2019, mais de 70% do óleo de peixe produzido na Mauritânia foi para a UE”, enquanto grande parte da produção do Senegal vai para Espanha, indica o relatório.

Para além da séria ameaça à segurança alimentar, esta produção industrial tem também “graves e negativas repercussões ambientais, socioeconómicas e na saúde humana”.

A Greenpeace apela aos países para pararem com a produção de óleo e farinha de peixe e darem prioridade ao consumo humano de peixe.

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