Estudo indica que crianças e adolescentes são quem mais consome açúcar 1207

Um estudo realizado pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), publicado na revista Public Health Nutrition, que teve por base o Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física, concluiu que as crianças e os adolescentes são quem mais consome açúcar em Portugal.

Este estudo analisou o consumo total de açúcares e o consumo diário de açúcares livres [açúcar que é adicionado aos alimentos pelos consumidores ou indústria e o açúcar que está presente no mel, xaropes, concentrados e sumos de fruta].

O objetivo deste estudo “foi caracterizar o consumo de açúcar na população portuguesa e, além de caracterizar, perceber quais eram os alimentos que contribuíam para esse consumo”, disse à Lusa, Ana Rita Marinho, autora do estudo e investigadora do ISPUP.

“Tem havido um foco muito grande nos açúcares livres, porque a Organização Mundial de Saúde (OMS) reforçou e colocou valores limite de consumo de açucares livres mais reduzidos”, explicou, adiantando que a recomendação da OMS defende uma ingestão inferior a 10% do valor energético diário.

Segundo a investigação, os grupos que apresentaram uma “menor adesão” a esta recomendação da OMS foram as crianças e os adolescentes, sendo que os refrigerantes, iogurtes, cereais e doces foram os alimentos que mais contribuíram para o elevado consumo.

“Verificou-se que os portugueses consomem em média 84 gramas de açúcares totais por dia e 35 gramas de açúcares livres, sendo o consumo superior em crianças, dos 5 aos 9 anos, que consomem 50 gramas por dia de açúcares livres, e em adolescentes, dos 10 aos 17 anos, que consomem 53 gramas por dia de açúcares livres”, disse a investigadora.

Os indivíduos com mais de 65 anos foram os que apresentaram “uma maior adesão a esta recomendação”, e consequentemente, “melhores consumos”.

“O estudo permite que do ponto de vista dos profissionais de saúde, decisores políticos e científicos ver o que pode ser feito junto destes grupos para diminuir o seu consumo”, concluiu.

Esta investigação analisou dados de 5.811 pessoas, com idades entre os três meses e 84 anos, entre 2015 e 2016.

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