Estar em forma pode ser uma obsessão 483

05 de maio de 2016

 

A vigorexia é um transtorno obsessivo-compulsivo, caracterizado pela procura excessiva do corpo ideal com recurso à prática excessiva de exercício físico e ao consumo de suplementos que potenciam o aumento da massa muscular. Em comunicado, a psicóloga Júlia Machado, do Hospital Lusíadas Porto, alerta para as consequências deste transtorno.

 

«A vigorexia ainda não é considerada uma doença mas apresenta-se como uma condição tão ou mais perigosa que as já conhecidas bulimia e anorexia. Apesar de o exercício físico ser um excelente aliado da nossa saúde, o problema surge quando as pessoas perdem o controlo sobre a frequência e intensidade de exercício físico, mantendo uma procura incessante por uma imagem perfeita, sendo a autoimagem muitas vezes distorcida no espelho, tal como acontece com outros transtornos alimentares», explica a psicóloga, acrescentando que «quando a pessoa passa a viver única e exclusivamente para o ginásio e segue uma alimentação que objetiva excessivamente o aumento da massa muscular, recorrendo quase sempre a anabolizantes que potenciam este aumento, podemos estar perante um cenário de vigorexia. É mais comum em homens, com idades entre os 18 e os 35 anos, e pode resultar num desconforto psicológico que se manifesta por depressão, ansiedade, alterações de memória, baixa autoestima, isolamento social, entre outros».

 

A especialista alerta ainda para o perigo do isolamento social. «As pessoas com este transtorno obsessivo tendem a isolar-se da família e dos amigos, de forma a não quebrarem a sua rotina diária, muitas vezes deixando também afetar a estabilidade profissional, acabando por, em muitos casos, perder o emprego. Para além da questão psicológica, podem ocorrer alterações ao nível do corpo, como deformações ósseas e problemas articulares causados pelo excesso de esforço físico», conclui.

 

O tratamento da vigorexia deve ser feito com recurso a uma equipa multidisciplinar que envolva nutricionistas, endocrinologistas, psicólogos e ainda fisioterapeutas ou ortopedistas, nos casos em que há lesões provocada pelo treino excessivo.

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