“Percebemos o importante investimento da indústria alimentar na modificação de alguns produtos, com vista a uma redução gradual de sal e açúcar na sua composição, sem que tenha existido a adição de outros componentes, potencialmente nefastos, como substitutos de sabor ou outras características”, destacou a bastonária da Ordem dos Nutricionistas (ON), Liliana Sousa, no rescaldo do debate promovido, no dia 24 de julho, pela Ordem dos Nutricionistas, no âmbito da reformulação de produtos alimentares, publicada no Relatório da reformulação de produtos alimentares em Portugal 2018-2023, apresentado no passado dia 8 de julho.
Uma informação que a dirigente da ON considera “de extrema relevância para os nutricionistas que, diariamente, acompanham o processo de intervenção nutricional e educação a utentes e populações e para quem esta informação é de grande importância, uma vez que é necessário conhecer com exatidão os produtos consumidos e aqueles que pretendemos recomendar”.
Este dado, “omisso no referido relatório”, deve ser, para Liliana Sousa, “ativamente divulgado, inclusive pela indústria alimentar e dessa forma, estarão a ser interventivos e parte ativa em dois processos fundamentais e inerentes à Saúde Pública: Educação e Literacia Alimentar”.
Valorização profissional
“Foi ainda possível perceber que este trabalho se desenvolveu com nutricionistas e inclusive, o desafio e os esforços necessários aumentaram a necessidade destes profissionais o que, por um lado, vem reforçar a valorização profissional e a inestimável mais-valia que os nutricionistas representam na indústria alimentar”, declarou a bastonária.
Nutricionistas nos estabelecimentos de ensino
Liliana Sousa salientou ainda “a existência de nutricionistas nos estabelecimentos de ensino, como pivôs essenciais de avaliação, intervenção e identificação de necessidades, elos fundamentais com os restantes intervenientes – educadores, docentes e não docentes, fornecedores de refeições e alimentação”.
Por fim, a bastonária lamentou a falta da ” valiosa presença da DGS/PNPAS, que com certeza teria trazido riqueza de conhecimento à discussão realizada”, referindo que “fica a expectativa de que, em futuros eventos, possamos contar com a presença dos seus responsáveis, porque como ontem também foi dito, e bem, este assunto não pode terminar aqui”.




