Covid-19 teve origem em laboratório? EUA e China divergem nas probabilidades 258

A Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos considera “mais provável” que a pandemia tenha tido origem numa fuga de um laboratório chinês do que em causas naturais, embora tenha “pouca confiança” nesta conclusão. China lembra que conclusões científicas não vão nesse sentido.

É o que resulta de um relatório elaborado durante a administração do anterior Presidente norte-americano Joe Biden e publicado no sábado, a pedido do Congresso, o parlamento dos Estados Unidos, pelo novo diretor da CIA, John Ratcliffe, nomeado pelo novo Presidente Donald Trump.

“A CIA acredita, com pouca certeza, que é mais provável que a pandemia de covid-19 tenha uma origem relacionada com a investigação do que uma origem natural, com base no conjunto de relatórios disponíveis”, disse um porta-voz da CIA, em comunicado, cita a Lusa.

“A CIA continua a avaliar que tanto os cenários relacionados com a investigação como os de origem natural para a pandemia de covid-19 continuam a ser plausíveis”, acrescentou.

Cinco anos após o início da pandemia que causou a morte de pelo menos sete milhões de pessoas em todo o mundo, a origem do coronavírus SARS-CoV-2, que causa a covid-19, continua a ser um mistério.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) continua a exigir mais informações à China, enquanto Pequim garante que forneceu todos os dados de que dispõe.

As principais hipóteses são que a doença se tenha propagado aos seres humanos através de animais vendidos em um mercado de Wuhan, a capital da província de Hubei, no centro da China – morcegos ou pangolins foram mencionados desde o início – ou uma fuga de um laboratório de investigação chinês na mesma cidade.

Os serviços secretos norte-americanos têm-se dividido quanto à origem da pandemia.

Ratcliffe, o novo diretor da CIA sob a administração Trump, há muito que defende que o vírus surgiu de uma fuga no Instituto de Virologia de Wuhan.

China considera extremamente improvável 

A China afirmou hoje ser “extremamente improvável” que a covid-19 tenha vazado de um laboratório chinês, na sequência de uma acusação nesse sentido, feita pela agência de espionagem norte-americana CIA.

“A conclusão científica autorizada a que chegou o grupo conjunto de peritos da China e da Organização Mundial de Saúde (OMS), com base em visitas no terreno aos laboratórios relevantes em Wuhan, é que é extremamente improvável que tenha havido uma fuga do laboratório”, disse Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

“Este facto foi amplamente reconhecido pela comunidade internacional e pela comunidade científica”, sublinhou a porta-voz, em conferência de imprensa, cita a Lusa.