Cheque-nutricionista atrai cada vez mais jovens interessados em melhorar a sua alimentação 1072

O programa cheque-nutricionista tem vindo a atrair cada vez mais jovens interessados em melhorar a sua alimentação. Duas nutricionistas com experiência nesta área explicam-nos como têm sido as consultas com os estudantes universitários e que perfis predominam.

“Tem sido uma experiência muito positiva, de reconhecimento da valorização da melhoria da saúde e do estilo de vida por parte dos jovens universitários”, afirma Ana Helena Pinto. A fundadora e CEO da Nutrition for Happiness acompanha estudantes na Casa de Saúde da Boavista, no Porto, e no Hospital da Misericórdia de Arouca. Também Inês Domingos, que realiza consultas em Lisboa e Carcavelos, na NutrirTe – Nutrição Funcional e Integrativa, salienta que tem sido uma experiência “simultaneamente desafiadora e enriquecedora”.

“É um programa com muito potencial e com inúmeros ganhos para os estudantes, contudo, com desafios inerentes à articulação administrativa entre os vários interlocutores do programa”, assinala.

Ambas confirmam uma procura crescente por consulta de Nutrição por parte dos estudantes universitários desde o início desta iniciativa, lançada em setembro de 2024, embora Inês Domingos alerte para a diversidade etária dentro deste grupo: “As solicitações têm sido de muitos jovens, de facto, porém, uma fatia importante são jovens adultos com idades acima dos 30 anos“.

Inês Domingos e Ana Helena Pinto. Créditos de Just News e Joana Vilar, respetivamente

Quanto aos motivos que os levam à consulta, são diversos. “Todos os casos que recebi até ao momento chegaram por iniciativa própria. Ou porque com a maioridade deixaram de ter acesso ao acompanhamento hospitalar pediátrico, ou por consciência pessoal de benefício do acompanhamento”, transmite Ana Helena Pinto. A nutricionista revela que “têm chegado situações de distúrbios do comportamento alimentar, melhoria da relação com a alimentação, peso, melhoria da composição corporal e otimização do estado de saúde pela alimentação“.

No caso de Inês Domingos, a motivação é quase sempre multifatorial. “No domínio das questões relacionadas com a gestão do peso, que não representa a maioria do meu universo de estudantes, estarão em pé de igualdade aqueles que pretendem a perda ponderal e aqueles que pretendem o ganho“, adianta. No último grupo, “e com base numa análise grosseira dos atendimentos”, acautela, “existe uma relação com a prática desportiva. Não tanto para otimização do desempenho – estes casos de estudantes a competirem em modalidades são pontuais –, mas sim para a prática recreativa de exercício físico em contexto de ginásio”.

O que não pode faltar no frigorífico dos universitários?

Mas há mais. “A sintomatologia gastrointestinal e de perturbação de hiperatividade e défice de atenção (PHDA) foram as que mais motivaram a procura das consultas ao abrigo do programa, seguido da diabetes insulinotratada (LADA e DM1)”, enumera.

 

Parte do artigo “A Nutrição também vai para a universidade”, publicado na edição #97 da revista VIVER SAUDÁVEL (setembro-outubro, 2025). Leia o texto completo na Revista dos Nutricionistas.