Associação dos diabéticos quer retomar formação nas escolas 691

 

 

12 de novembro de 2018

A associação dos diabéticos desafiou a Direção-Geral da Saúde (DGS) a retomar o programa de formação nas escolas sobre a diabetes, para desmitificar a doença junto dos pais e da comunidade escolar e garantir uma boa integração das crianças.

Durante anos a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) teve o apoio da Direção-Geral da Saúde para «poder ir às escolas fazer formação sempre que aparecia uma criança com diabetes e, juntamente com os pais, tentar que os professores e os colegas percebessem o que é a doença», contou o presidente da associação, José Manuel Boavida, à agência “Lusa”.

«Existem milhares de crianças nas escolas e elas estão integradas», disse, defendendo que as crianças com diabetes «não devem ser discriminadas», nem estigmatizadas.

«Queremos que (as crianças diabéticas) façam absolutamente tudo, só que existindo alguns riscos têm de estar conscientes deles e precaver para que nada ocorra, como normalmente não ocorre», defendeu o endocrinologista.

No seu entender, o programa da DGS poderia «ajudar muito a ultrapassar» esta situação «se equipas de profissionais pudessem ir às escolas desmitificar toda a complexidade do tratamento» da diabetes tipo 1.

«É muito mais uma questão de dar confiança aos professores e às escolas do que qualquer outra situação, não são precisos apoios especiais», vincou.

José Manuel Boavida adiantou que, «muitas vezes, há muita relutância das escolas», mas depois de uma sessão de esclarecimento, de formação, rapidamente se encontram interlocutores que se oferecem voluntariamente para «fazer este trabalho», que deve ser «uma rotina».

Para o presidente da APDP, é «preciso mostrar o que é que na realidade e na prática é necessário fazer e, com grande realismo, abordar a situação dos cuidados a ter e de como ultrapassar os riscos que possam existir».

Como tal, defendeu, o programa da DGS de formação nas escolas, que teve «um grande sucesso», deve «ser retomado».

«A Direção-Geral da Saúde fez orientações para o que deve ser a formação, mas as orientações não chegam se depois não são dados os meios para elas serem levadas à prática e isso é um bom desafio a fazer-se neste Dia Mundial da Diabetes»,  que se assinala no dia 14 deste mês, concluiu o presidente.

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