Água da torneira tem qualidade e são desnecessários aparelhos de purificação 701

22 de Março de 2016

A água da torneira tem qualidade e os consumidores não necessitam de equipamentos purificadores, ao contrário do que as empresas vendedoras destes aparelhos dizem, afirmou hoje o diretor do departamento desta área na entidade reguladora do setor.

«Tem-se verificado nos últimos anos que algumas empresas tentam comercializar purificadores de água recorrendo a uma experiência enganadora e tentando assim convencer os consumidores da necessidade de tratamento adicional da água da torneira», disse hoje à agência “Lusa” Luís Simas.

«Quando existe acesso à rede de distribuição não há necessidade de fazer tratamento à água», alertou o responsável.

O diretor do departamento da Qualidade da Água da Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR) falava a propósito do Dia Mundial da Água, que hoje se assinala, e que foi escolhido para a apresentação da sua nova imagem institucional.

Os três elementos que constituem o novo logótipo da ERSAR estão associados aos serviços regulados, ou seja, o abastecimento de água, o saneamento de águas residuais e a gestão de resíduos urbanos.

A entidade reguladora tem recebido vários pedidos de esclarecimento da parte dos consumidores sobre a necessidade, ou não, de instalarem equipamentos para tratamento da água da rede de distribuição.

Por isso, vem reforçar a informação de que o indicador de água segura em Portugal é de 98% e «pode ser bebida sem quaisquer adições, de tratamento ou de coisa alguma».

«Acima de tudo, pretendemos informar o consumidor que esses equipamentos não são necessários quando são servidos pela água da rede de distribuição, portanto não têm qualquer necessidade de fazer tratamento adicional», insistiu Luís Simas.

E salientou a necessidade de esclarecer «a forma utilizada para convencer o consumidor que é a realização de uma experiência com um impacto visual muito grande, mas depois utilizada de uma forma errada do ponto de vista técnico».

Assim, «a experiência leva, às vezes, o consumidor a tomar uma decisão que não está fundamentada» e aquilo que «nos preocupa é induzirem o consumidor em erro», acrescentou o diretor do departamento da Qualidade da Água.

A ERSAR salienta mesmo que «estes equipamentos produzem uma água de composição mineral desequilibrada e que em nada ajuda na proteção da saúde humana».

Além dos pedidos de informação dos consumidores, a ERSAR também é contactada por operadores a transmitir que «estas empresas atuam nas suas áreas utilizando o argumento de que a água da rede não tem qualidade adequada e têm um equipamento resolve os problemas todos».

Somente a pequena parte da população que não tem água da rede pública, porque vive em zonas isoladas, deve preocupar-se com a qualidade de água que lhes chega à habitação.

A taxa de cobertura da rede está acima de 95% e «o que é razoável do ponto de vista técnico já foi atingido».

Nestes casos, especificou, os consumidores podem contar com as autoridades de saúde locais, o regulador e o operador que está nesse concelho para ajudarem a estabelecer mecanismos de controlo e tratamento da água.

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