A presidente do International Plant Nutrition Council, Marta Vasconcelos, considera que “a nutrição vegetal não se resume apenas a aumentar a produtividade através da gestão responsável de fertilizantes – é um fator-chave para a biodiversidade, a resiliência dos ecossistemas e a sustentabilidade a longo prazo”.
Em entrevista à VIVER SAUDÁVEL, à margem do Plant Nutrition Colloquium – que juntou mais de 400 especialistas de 42 país na Alfândega do Porto entre os dias 22 e 25 de julho – a professora e investigadora apontou evoluções científicas nesta área que tem “o potencial único de unir a produtividade agrícola com a preservação dos ecossistemas naturais e a garantia da saúde humana e planetária”.
Sob o tema central “Cultivar resiliência: nutrição vegetal para alimentação, ração e saúde”, o Colóquio aprofundou áreas-chave de investigação, tais como: a absorção, transporte e homeostase de nutrientes; as tecnologias inovadoras para a gestão nutricional; o impacto dos nutrientes vegetais na saúde humana; e os efeitos das alterações climáticas na nutrição vegetal.
Visão de futuro
Para a presidente do comité organizador, o IPNC 2025 foi um marco: “O balanço é extremamente positivo, com mais de 400 participantes, várias sessões plenárias inspiradoras, 12 sessões temáticas e 298 pósteres científicos, que promoveram discussões ricas e produtivas sobre os diversos temas da nutrição vegetal. Os participantes elogiaram não só a qualidade do programa científico, mas também a envolvente vida social que a cidade do Porto proporciona“.
Plant Nutrition Colloquium: “Solos saudáveis significam pessoas saudáveis”
Segundo Marta Vasconcelos, mais do que um evento científico, o colóquio representou também uma reflexão estratégica sobre o futuro da nutrição vegetal: “Penso que a nossa comunidade tem de reforçar o seu impacto, promovendo uma maior colaboração entre a agronomia, a ecologia e a nutrição humana, criando experiências e plataformas de dados partilhadas e formando a próxima geração de investigadores para pensar nos nutrientes não apenas como inputs, mas como parte de um equilíbrio ecológico muito maior”. “Fiquei muito feliz por ver uma comunidade tão alargada a partilhar esta visão comum e a trabalhar estas temáticas. Acredito, realmente, que este tema é de grande importância”, salientou.
Parte do artigo “Nutrição vegetal em foco: ciência para cultivar resiliência”, publicado na edição #97 da revista VIVER SAUDÁVEL (setembro-outubro, 2025).




