A Associação Nacional de Estudantes de Nutrição (ANEN) trouxe a “nutrição para cima da mesa” e viu todo o seu trabalho reconhecido enquanto “Melhor Associação de Estudantes de Literacia em Saúde“. Luísa Dias, prestes a terminar um mandato de defesa firme dos colegas, recebeu esta segunda-feira (17) um prémio que sintomatiza o trabalho associativo de proximidade perpetrado pelos futuros nutricionistas.
É com “muito significado” que Luísa Dias, presidente da ANEN, recebeu esta distinção, atribuída pela Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS), em parceria com o Conselho Nacional de Juventude (CNJ). À VIVER SAUDÁVEL, à margem da cerimónia que teve lugar na sede do CNJ, em Lisboa, a representante dos estudantes viu celebrada “a presença cada vez maior da nutrição em diferentes contextos”. No fundo, tudo se resume ao mérito de “trazer a nutrição para cima da mesa” e valorizar o papel dos estudantes na área da literacia em saúde.
Num ano de grande proximidade com a SPLS, a ANEN – com histórico cooperativo nos mandatos de Leonor Quelhas Pinto e Maria Manuel Velosa – contribuiu para a dinamização das iniciativas “Nutrir a Comunidade” e “Alimentação Divertida“. Junto de diferentes gerações, em escolas ou nos lares de idosos, a associação marcou presença e fez a diferença na adoção de hábitos alimentares mais saudáveis – ou seja, promoveu a literacia.
“Trouxemos o aleitamento materno, a diversificação alimentar, os primeiros mil dias de vida“, refletiu Luísa Dias, ao garantir a existência de “sessões de capacitação em que os estudantes têm contacto com nutricionistas” para saberem como intervir da melhor forma. “Conseguimos, nestas iniciativas trazer, tanto benefício para a população como também para os estudantes, que conseguem adquirir competências”, ilustrou.
Ecos de intervenção
Na abertura da sessão, a presidente da SPLS, Cristina Vaz de Almeida, destacou o empenho consistente dos estudantes de nutrição e lembrou que esta é uma parceria vencedora há cerca de três anos, razão pela qual o “eco de intervenção” das últimas três direções da ANEN se traduziu em ganhos concretos para a população. “Não houve um dia em que esta parceria não fosse extraordinariamente rica“, deixou claro a responsável.
Seguiu-se a intervenção de Vânia Costa, nutricionista e vice-presidente da SPLS, com a denominação de quatro aspetos-chave: o associativismo, os jovens, a nutrição e a literacia. “Ao envolver os jovens nutricionistas em projetos de educação, alimentação e proximidade com as comunidades, [a ANEN] tem contribuído de forma concreta para, no futuro, valorizarem esta dimensão”, o que espelha aquilo que “o associativismo pode alcançar”.
Créditos: Pedro Borges (CNJ)
Por sua vez, a nutricionista Ana Rito, em representação do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), lembrou a sua carreira para explicar o quanto a profissão evoluiu, ao mesmo tempo que apontou variados desafios, por exemplo, no que toca à obesidade infantil, o que levanta exigências. “Nós somos uma geração que desbravou muita coisa“, disse, ao deixar o impulso para que o futuro da profissão seja ainda melhor.
Por vídeo, a vice-presidente da SPLP, Mariana Fonseca, e a diretora do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, Maria João Gregório, não deixaram de parabenizar a ANEN pela distinção.
Outrora presidente da ANEN, hoje vogal do CNJ, Leonor Quelhas Pinto reforçou a importância de congregar jovens que, “independentemente da sua origem, das suas perspectivas e visões, trabalham em conjunto em prol do futuro da saúde em Portugal”. Finalmente, Maria Rita Fonseca, vencedora deste prémio no ano passado, em representação da Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia, passou o testemunho a Luísa Dias.
Renovação em continuidade
“É muito bonito podermos reunir os nossos parceiros, os estudantes e os docentes que nos têm acompanhado e celebrar a nossa associação que faz este ano 14 anos e que tem crescido muito“, garantiu a presidente da ANEN à VIVER SAUDÁVEL. Para Luísa Dias, que se prepara para deixar o cargo, esta é uma boa forma de terminar o seu mandato, ainda que admita a intenção de se manter ligada à associação, mesmo com o curso terminado.
Com um “mandato positivo” que “passou muito rapidamente”, razão pela qual, acredita, a “continuidade é muito importante”, a representante dos estudantes acredita ter dado voz aos colegas e criado pontes entre as instituições e os futuros nutricionistas. Em concordância, este foi um ano de continuidade “a representar e a defender os interesses dos estudantes de nutrição”.
