JMJ: Plano de saúde prevê 75 equipas móveis e planos de contingência para hospitais 919

O plano do Ministério da Saúde para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) prevê a mobilização de 75 equipas móveis de suporte básico de vida e os principais hospitais terão planos de contingência para eventuais situações de exceção.

“Há que compreender que não se trata de um evento localizado, mas descentralizado ao longo do país, em que, durante a última semana de julho, temos vários eventos a decorrer em 17 dioceses, 15 das quais no continente e as outras nas ilhas”, referiu António Marques, presidente da comissão que elaborou o plano de saúde para a JMJ, citado pela Lusa.

Na apresentação do plano, António Marques adiantou que para os vários eventos serão mobilizadas diversas equipas de suporte básico de vida, estando previstos pelo menos 75 postos fixos e 75 equipas móveis de socorro, assim como 10 postos médicos avançados do INEM.

No caso de situações de exceção, estão também previstos planos de contingência para os hospitais com maior capacidade de resposta no país, na perspetiva de uma articulação em rede, adiantou ainda António Marques.

Em curso está, assim, a revisão dos planos de contingência para catástrofe dos centros hospitalares de Lisboa Norte, Lisboa Central, Lisboa Ocidental, de Coimbra, de Santo António e de São João, que serão operacionalizados a partir da última semana de julho.

Durante a primeira semana de agosto, a comissão ficará em permanência no Ministério da Saúde, com acesso em tempo real a diversos indicadores do estado de funcionamento do SNS 24, da emergência pré-hospitalar, dos cuidados de saúde primários e da rede hospitalar.

“Desta forma, perante qualquer eventual ocorrência anormal, garante-se a capacidade de apoio à decisão nos diversos níveis de complexidade e dimensão”, refere o documento.

Também a partir da última semana de julho, está previsto o alargamento do horário de funcionamento cuidados primários, em função da avaliação das administrações regionais de saúde e da concentração de participantes e eventos, com os novos horários a serem divulgados na aplicação oficial JMJ e no portal do SNS.

Em abril, o Ministério da Saúde criou, através de um despacho, uma comissão que ficou encarregue de elaborar e acompanhar o plano de resposta do Ministério da Saúde para a JMJ e para a visita do Papa Francisco a Portugal.

Com esta comissão, presidida pelo médico António Marques, o ministério pretendeu “garantir uma resposta atempada, estruturada e eficaz no âmbito da saúde e da gestão dos seus recursos” durante os vários eventos previstos para julho e agosto.

Antes da Jornada Mundial da Juventude, as dioceses de todo o país vão promover o encontro de jovens de todo o mundo, com a chegada dos peregrinos a ocorrer de 26 a 31 julho.

António Marques referiu ainda que, em termos logísticos, “há reservas que têm de ser equacionadas” em apoio à resposta prevista, como será o caso de sangue, com o plano a prever a realização, antes da JMJ, de campanhas de promoção para a dádiva em 15 dioceses.

Como a primeira resposta é “sempre no local”, o responsável da comissão confirmou que estão previstos dois hospitais de campanha do INEM que serão mobilizados no “sentido de estarem prontos para o que for necessário”.

“Estes mecanismos foram não apenas testados à luz da norma nacional, mas foram acreditados e certificados pela Organização Mundial da Saúde e no contexto do mecanismo europeu de Proteção Civil”, assegurou ainda António Marques.

O plano prevê também o reforço do Centro de Contacto SNS24 (linha telefónica), em português, inglês e castelhano, sendo possível apoio noutras línguas com o acionamento do serviço de tradução telefónica do Alto Comissariado para as Migrações.

A comissão integrou representantes do Ministério da Saúde na Comissão de Acompanhamento do Grupo de Projeto para a organização da JMJ, da Direção-Geral da Saúde, da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde, da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), do Instituto Ricardo Jorge (INSA), do INEM e das várias administrações regionais de saúde, entre outras entidades públicas do setor.

Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.

As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

A JMJ nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

A edição deste ano, que contará com o Papa Francisco, esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia da covid-19.

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