Exame de urina revela a qualidade da nossa alimentação 911

Cientistas ingleses e norte-americanos, terminaram os testes de um novo tipo de exame da urina que, em cinco minutos, revela a qualidade da alimentação de uma pessoa.

O estudo, denominado por “Dietary metabotype modelling predicts individual responses to dietary interventions”, é da autoria de Isabel Garcia-Perez, Joram Posma, Edward Chambers, John Mathers, John Draper, Manfred Beckmann, Jeremy Nicholson, Elaine Holmes e Gary Frost, e foi publicado na revista Nature Food.

Os investigadores analisaram os níveis de 46 diferentes metabolitos na urina.

Os metabolitos são considerados um indicador objetivo da qualidade da alimentação e são produzidos à medida que os diferentes alimentos são digeridos pelo organismo.

Os investigadores defendem que pedir às pessoas para tomarem nota das suas refeições em aplicações ou diários, pode conduzir a relatórios errados sobre o que realmente comem. Esta nova tecnologia permite fornecer informação aprofundada sobre a qualidade da dieta de uma pessoa e se é a mais adequada para si.

Foi analisada a urina de 1.848 norte-americanos, e os resultados revelaram uma associação entre 46 metabolitos da urina, tipos de alimentos ou nutrientes da alimentação.

Através da medição cuidadosa das dietas das pessoas e da recolha da urina excretada durante dois períodos de 24 horas, conseguiu-se estabelecer ligações entre o consumo de alimentos e os metabolitos presentes na urina, que podem ajudar a melhorar a compreensão sobre como as nossas dietas afetam a saúde. As dietas saudáveis têm um padrão de metabolitos na urina diferente das que estão associadas a piores resultados para a saúde.

Por exemplo, certos metabolitos estavam correlacionados com a ingestão de álcool, enquanto outros estavam ligados à ingestão de citrinos, frutose, glucose e vitamina C.

Foram também encontrados metabolitos na urina associados à ingestão de carnes vermelhas, outras carnes como o frango, e nutrientes como o cálcio. Alguns metabolitos estavam ligados a problemas de saúde. Por exemplo, compostos encontrados na urina, como o formato de sódio (um indicador da ingestão de sal), estão ligados à obesidade e à hipertensão arterial.

Tendo em conta estes resultados, a mesma equipa realizou um segundo estudo, em que foi realizada esta tecnologia para desenvolver um teste muito rápido que mostra como a mistura de metabolitos na urina varia de pessoa para pessoa.

Esta tecnologia, que produz a “impressão digital” da urina de um indivíduo, poderia permitir às pessoas receber conselhos alimentares saudáveis adaptados à sua composição biológica individual, assim como fornecer aos profissionais de saúde informações mais específicas sobre a qualidade da dieta alimentar dos doentes.

Segundo os investigadores, esta “impressão digital” de urina pode ser utilizada para desenvolver um “score pessoal”, denominado “Dietary Metabotype Score” (DMS). Quanto mais elevada for a pontuação DMS de uma pessoa, mais saudável será o seu regime alimentar.

O trabalho foi financiado pelos U.S. National Institutes of Health e o National Institute for Health Research do Reino Unido.

Pode consultar o estudo aqui.

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