“Capitão fruta” surge como uma alternativa saudável ao tradicional bolo na praia 586


02 de julho de 2018

Este verão, o “Capitão Fruta” vai percorrer as praias da Costa da Caparica, vendendo salada de fruta e sumos naturais. Este projeto, que pretende principalmente chegar aos mais novos, surge como uma alternativa saudável à tradicional bola de Berlim, tão consumida durante as férias.

Para já, são quatro os jovens que carregam uma mochila refrigerada com cinco/seis quilos de fruta da época, limonada e sumo ‘tutti-frutti’.

«Olha a melancia. Olha a meloa. É só fruta da boa», apregoa Mário, um dos jovens que vestem a camisola do “Capitão Fruta” e que explicou à agência “Lusa” tratar-se de um produto que se vende por si próprio – nem seria preciso chamar a atenção dos veraneantes com as frases chamativas.

«Identifico-me com o projeto. É uma onda saudável na praia. E acho que é um produto que se vende mesmo sem nós o vendermos», diz o “capitão” de 26 anos, reconhecendo que «será mais vendido em dias quentes».

Nas praias da Caparica desde 15 de junho, o projeto nasceu, segundo António Malta, um dos quatro sócios, da necessidade que identificaram de haver fruta na praia. Já com alguma experiência em venda de sumos naturais, o responsável explica que o projeto está a dar os primeiros passos e a limar arestas.

«Tem estado mau tempo, ainda não tirámos as devidas conclusões, o tempo não tem ajudado. No entanto, no domingo passado percebemos que pode tornar-se impossível a logística de distribuir fruta de praia em praia», refere António Malta, admitindo que, com as praias cheias de pessoas, é difícil sair para ir fazer o abastecimento de fruta fresca fora.

Quanto à aceitação dos veraneantes, António, Mário e Bernardo, outro dos jovens “capitães”, são perentórios: as pessoas estão a aderir «muito bem», apesar de o tempo «não estar a ajudar muito», já que ainda não houve muitos dias de muito calor.

«Em julho esperamos já ter tudo montado, finalizar o sistema de confeção da salada de fruta e dos sumos mais perto», perspetiva António Malta, enquanto Mário reconhece que «todos os projetos novos têm de ir progredindo, nunca baixando os braços».

Bernardo, “capitão” de 27 anos, reconhece que o «sonho de muita gente é ter um escritório na praia» e, apesar de ser «cansativo e puxado» andar durante várias horas no areal carregado, o trabalho é ao mesmo tempo «revitalizante».

«O caminhar é desgastante, mas a pouco e pouco vamos ganhando resistência», diz, lembrando que até «dá para fazer uma pausa, dar um mergulho e descansar um pouco» ao longo da jornada.

«Andamos a vender saúde e nós termos também saúde é bom. Não andamos aqui só para arrecadar números», frisa.

Pablo Bruno, arquiteto e designer da marca e outro dos sócios, explica à “Lusa” que este é também um projeto com «consciência ambiental» e com «preocupações saudáveis», por isso recorre-se a fruta da época e alguma biológica. Embora não possam evitar o plástico das suas embalagens, estão a pensar em algumas medidas.

«Não se trata de substituir o plástico, porque não o conseguimos fazer, mas vamos implementar em julho algumas campanhas dizendo às pessoas que nos tragam determinado número de plásticos para trocar por brindes de verão. Ajudar a consciencializar para a reciclagem», indica Pablo.

Paulo Almeida, na praia com as filhas e algumas amigas destas, ficou rendido ao projeto, considerando que vai no «caminho correto» daquilo que segue em casa: dar uma alimentação saudável.

«De certeza que vamos consumir mais fruta. Eles são super divertidos, uma equipa super engraçada, que chama a atenção, têm sempre um sorriso e sabem cativar as crianças», diz Nuno Silva, também a aproveitar o dia de praia, adiantando que num dia a família vai comer uma bola de Berlim e noutro dia a fruta, equilibrando as alternativas.

Nuno Silva entende que o projeto poderá tornar-se numa alternativa efetiva.

«Ainda está muito incutido a bola de Berlim na praia e não a fruta, mas aos poucos as pessoas vão começar a ter outro tipo de ideia e a optar por algo mais saudável, vão começar a comer mais fruta», comenta.

Artur Palma, também na praia também com os filhos, reconhece que o projeto é uma «boa iniciativa» levando ao areal produtos naturais «em vez das bolas de Berlim, de que toda a gente gosta, mas que têm muito açúcar».

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