A obesidade infantil continua a aumentar em Portugal – Estudo 2137

A obesidade infantil em Portugal «continua a aumentar» revelou hoje a responsável de um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), que abrangeu mais de cinco mil crianças da Área Metropolitana do Porto.

Ana Cristina Santos, coordenadora da investigação, adiantou à agência “Lusa” que o estudo, publicado em dezembro na revista International Journal of Obesity, contradiz a ideia de que «as prevalências de obesidade em Portugal pareciam estar a estabilizar», tal como acontece em alguns países do norte da Europa. «Quando comparamos a obesidade a outras doenças, percebemos que as estimativas são incomparáveis. Assumir que estamos perante uma situação de estabilidade ou controlo parece-nos prematuro, por isso, é de facto importante continuar a falar, a realçar e a intervir», fez notar.

O estudo, que analisou mais de cinco mil crianças da coorte Geração XXI (projeto iniciado em 2005, que monitoriza o crescimento e o desenvolvimento de mais de oito mil crianças da cidade do Porto), baseou-se nas avaliações realizadas às crianças nas idades de 4, 7 e 10 anos. Segundo Ana Cristina Santos, a investigação permitiu concluir que aos 4 anos, 22% das crianças têm excesso de peso, subindo para os 26% aos 10 anos. Por sua vez, o estudo avança que aos 4 anos, 10% das crianças já são obesas, que dos 4 anos para os 7, a obesidade atinge 15% dos participantes e que aos 10 anos, 17% são consideradas obesas.

«No excesso de peso vemos uma maior estabilização, as estimativas não flutuam tanto, mas na obesidade vemos um aumento ao longo da infância. Parece-nos que a idade pré-escolar é um ponto que é necessário intervir», mencionou a investigadora.

À fonte, a investigadora avançou que aos 4 anos, as raparigas têm uma maior prevalência de obesidade do que os rapazes, questão que pensa estar relacionada com a fisiologia e com o índice de massa corporal (IMC), uma vez que a tendência é que as mulheres sejam «mais obesas e os homens tem mais excesso de peso».

«Noutro estudo que estamos a finalizar, o que mostramos é que a diferença entre homens e mulheres na distribuição (de gordura) parece ser mais um efeito da idade do que da gordura», destacou.

Ana Cristina Santos conclui que é importante continuar a «realçar que o investimento na prevenção da obesidade infantil deve ser uma área prioritária», já que são situações difíceis de reverter e que estas crianças são potenciais adultos obesos.

Envie este conteúdo a outra pessoa